Alguns convencidos que tudo sabem!
Por Raul Tartarotti
Um grupo de cientistas japoneses criaram o sistema ferroviário que uniu Tóquio a 36 cidades vizinhas.
Eles tiveram a colaboração de Blob, um sincício multinucleado macroscópico, amarelo brilhante, que também propôs resultados semelhantes nas redes rodoviárias no Reino Unido e na península ibérica.
Seu nome científico é Physarum polycephalum, e já vivia na Terra há 500 milhões de anos antes dos seres humanos.
Esse é um exemplo de como a sabedoria do idoso jamais deve ser ignorada.
Ele não possui cérebro, mas sua habilidade em encontrar caminhos mais curtos, sem conhecer o destino, é impressionante.
Sua locomoção é lenta porém precisa, e se dá a uma velocidade de 1cm/minuto, permitindo-lhe avaliar cuidadosamente seu trajeto.
Seu apelido vem do filme clássicoThe Blob (A Bolha Assassina) de 1988, que narra a história de uma estranha substância gelatinosa que dissolve a carne humana.
No entando, o Blob, especialista em meios de transporte, não come gente, tem apenas uma semelhança em termos de forma com a Bolha.
Um artigo de 2010 descreveu que flocos de aveia foram dispersos em uma representação de Tóquio e das cidades, e Blob criou uma rede semelhante ao sistema ferroviário de forma eficiente e tolerante a falhas.
Como é possível essa forma de mofo nos ensinar diversas alternativas para solucionar problemas práticos em nossos árduos dias e mostrar o valor da adversidade e multiplicação de seres, sem um cérebro?
Sua reprodução se dá mediante a produção e liberação de esporos, que se tornam novos “Blobs”. Eles possuem 720 sexos diferentes, sendo assim um ser com orientação sexual ilimitada e centenas de identidades de gênero.
Como na maioria das espécies, a sobrevivência é impulsionada pela diversidade genética, que no caso do “Blob” acontece quando dois organismos geneticamente diferentes se encontram e se fundem em um novo “Blob”.
Será que no futuro muito distante, nos transformaremos em uma ameba sábia sem a necessidade de um cérebro no crânio?
Se não vingarmos nos próximos milênios o cofre do apocalipse, que preserva culturas a fim de proteger a segurança alimentar global, garantirá nosso DNA pastoso.
Por vezes o menos é mais, e surge como o aspecto mais relevante em um ser simples e despretensioso, muito a frente de alguns convencidos que tudo sabem.
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