A guerra santa

 

A guerra santa

Em pleno século XXI, um país laico que adora ser chamado de democrático, por desespero aos votos vem brincando de oriente médio.

Por Rogério Rodrigues da Silva

 

Nascemos e crescemos ouvindo de que nosso voto vale saúde, transporte, educação, saneamento básico, políticas públicas voltadas ao meio ambiente, tecnologia e tudo do que está em prol da população.

Isso era para ser o foco desde que nascemos ou desde que existiu a Constituição Federal de 1988.

A eleição presidencial de 2022 vem tomando um rumo diferenciado, vem nos mostrando uma eleição totalmente fora de foco direcionado apenas para a questão da fé.

Se até a alguns meses atrás, tínhamos a fé ou a igreja como uma ponte aérea para ligar o homem a Deus, ultimamente temos visto que a igreja já não tem mais essa relevância, pois é agora através dela que poderemos ou não definir o próximo presidente do Brasil. 

Pouco importa quem foi que trabalhou melhor ou não para os critérios estabelecidos pela nação, o importante é quem debandar para o seu lado o maior colegiado de evangélicos, melhor, protestantes. 

Talvez tudo isso seja o fruto de uma sociedade que não gosta de pensar ou refletir, ou um pouco mais longe: não se preocupa com o seu futuro. 

Dá medo de ver o desespero dos candidatos para o próximo dia 30 de novembro. Será um dia marcado em nossas vidas, poderá entrar na história Brasileira como o fim ou o início da guerra santa. 

Santa não de exemplo como o maior referente do cristianismo pregou toda a sua trajetória cristã, mas pelo lado fanático que seguidores e apoiadores de candidatos que nem mereceriam suas atenções, vem se fortalecendo nas pesquisas.

Tem gente chorando de barriga cheia. Tem gente olhando muito para a casa do vizinho e deixando de dar valor na nossa própria nação. 

Afinal, como Hitler, Mussolini e outros ditadores nasceram mesmo? 

O último dia 12 de outubro foi o dia de a igreja católica conhecer e bem de perto o candidato a presidente do Brasil e governador do estado de São Paulo de como serão tratados seja quem for que os contrariem e não se prostrarem a eles. A próxima denominação poderá ser a sua ou da qual a sua família frequenta. Quando é que isso ocorreu mesmo no Brasil?

Qual a ligação do interesse do cristianismo deixar de lado o que a bíblia sempre nos ensinou para hoje apoiar um ditador que é contra a democracia, mas baseado nela está lutando por uma reeleição da qual nem merecia chegar ao primeiro turno. 

Tem gente que fica bravo. Tem gente que vira canguru quando falo que quem ama o próprio filho ou nação jamais votaria em tal candidato. 

Esse mesmo ser, não defende as primícias da bíblia, cuja vem de gerações e milênios. 

Estão guardando o dinheirinho para a faculdade de seus filhos e netos? Como estão suas economias para a sua aposentadoria quando a terceira idade chegar? Só tem uma maneira de não enfrentar a terceira idade, é morrer antes de chegar lá. Se chegar, terá que colher o que hoje em pleno 2022 temos o direito de mudar, mas por ideologia de ditadores e seguidores fanáticos somos impedidos de manifestar.

O fakenews virou crime, mas é cultura dos ditadores, pois querem por intermédio dela conquistar aquilo que nem mereciam concorrer. 

Difícil falar? Difícil pensar? Lembre-se, dia 12 de outubro foi o catolicismo que conheceu um pouco dos lobos fantasiados de ovelhas ou dragões fantasiados de minions, enfim, para cada cabeça tem sua sentença.

Que sentenças colheremos para os próximos anos? Os dois candidatos já conhecemos, vivemos na pele os dois governos. Alice não poderá emprestar novamente o seu mundo para vivermos no mundo das maravilhas. 

Sobre Rogério Rodrigues 21 Artigos
“Rogério Rodrigues é autor da página: https://www.recantodasletras.com.br/autores/rogeriorodrigues2020, escritor, dramaturgo, Acadêmico das Academias: Academia Valeparaibana de Letras e Arte / Academia Virtual da Língua Portuguesa e Literatura (AVLPL), e professor da rede pública de ensino de São José dos Campos/SP. Para conferir seus textos do antigo site, acesse o link abaixo: http://old.entrementes.com.br/category/colunistas/rogerio-rodrigues/”

5 Comentários

  1. Rogério, essa guerra de narrativas terá um fim nesse dia 30 de outubro e esperamos que vença o bom senso, a sensibilidade, a arte, a ciência e todos os nossos bens imateriais de valor inestimável; no entanto, sabemos que essa turba tresloucada que foi se criando a partir de um representante que vem destruindo muitas coisas, ainda vai permanecer entre nós…Afinal, ela sempre esteve escondida nos porões, esperando um representante para se manifestar…cabe aos que se dizem cristãos, distinguir a tênue linha que separa a verdade, da mentira.
    Abraço!

    • Pois é, Beth, esperamos que o resultado do dia 30, a democracia volta a ser respeitada e as igrejas voltam cumprir os seus verdadeiros papeis, deixando que cada cidadão exercam a cidadania num país laico e não opressor, como dizem por aí. Que o povo reflita bem. Mais quatro anos desse rasto o Brasil só tende a perder. Lamentável.

  2. Você é espetacular. Diante do terror apresentado hoje, você ainda consegue dispertar olhares e reflexões.

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