Cadê minha criação poética?

E uma guerra pela liberdade de expressão. Cadê minha criação poética?

Por Joka Faria

É noite, ouço Ednardo. Falo do jornal LITER a um amigo e o Entrementes em forma de revista. Estamos tão tão digitais que vejo youtube na tv. Leio Teresa Bendini falar do caldo de cana em um poema, fui à feira. Nada como a feira, mas hoje esvaziada de debates políticos. E estas tais bolhas que nunca explodem? O noticiário político nos cansa.
Ontem participei de uma belíssima aula em meu estágio de professor de artes. Eu que nem sei desenhar? Mas as artes estão em meu coração. Uma aula sobre Leonardo Da Vinci. E quem somos diante da genialidade de Da Vinci? A professora aprofundou tanto a aula que parecia estarmos numa Universidade. As aulas a distância são tão cansativas…e as pessoas vivem à distância nestes dias? Já nas belas rodas de conversas nas salas de professores o assunto era as diversidades da sexualidade humana. Estes dias são tão estranhos, um conservadorismo tão tacanho e uma guerra pela liberdade de expressão. Whatsapp, Telegram e cadê minha criação poética?
Alguém me falou que sou a própria arte em mim mesmo. O Homem Vitruviano como seria ou será uma versão dele, de Solfidone?
“Pavão, pavão misterioso” – Quem somos neste eterno nascer e morrer, Morrer e nascer? Eita roda tão gigante! E o que é o Universo? O universo masculino me silencia, me cansa. Tantas canções patriarcais. Hoje diante da Mantiqueira me deliciei com a linguagem feminina de Virginia Woolf. Somos tão feministas enfrentando nossa cultura machista. Dentro de nós, quantos Bolsonaros se calam? Enfrentar diariamente o senso bem incomum. Tantas informações num celular, desktop e suas infinitas janelas, mas o professor é uma figura fundamental em nossas vidas. Se ouso e abuso em minhas escritas é porque tive professores diariamente em minha vida. Um dos memoráveis é Sebastião, de uma banca de revista na Vila Industrial. Tantas trocas com este precioso amigo, que iria se divertir nestes conturbados dias. Paulo Ghiraldelli mesmo tão longe e tão perto. E minhas colegas na educação infantil, em trocas rápidas de inumeráveis assuntos. O cotidiano escolar é tão rico, que às vezes prefiro nem sair de casa num final de semana. O silêncio e a quietude me dão muito prazer.
No domingo, um café entre amigos em Paraibuna.
E a vida segue, blogs perdidos, canais do youtube perdidos… Só a esperança em dias bem vividos não se acaba.

João Carlos Faria

Tribo Invisível

Coletivo Filosófico, poético.

Outubro de 2022

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