Contigo, vou até o inferno!
Deslizamos
Com os pés descalços
Por montanhas errantes
Sob uma lua eloquente
Prateada como nossas vestes geladas.
O sangue quente
Desliza acima das expectativas
humanas.
Luzes e trevas
recebem-nos sorrindo
numa dúbia doçura.
Penetramos então
No claro escuro de Rembrandt.
Enredos encaracolados
enrolam em nós como serpentes.
Mas a cabeça cai por terra
e do sangue quente
brota o corcel com asas de fogo
trazendo de volta nossas essências
(de almíscar?)
vomitando Lúcifer
das próprias entranhas.
Elizabeth de Souza
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