Disforia de Gênero
Por Raul Tartarotti
Reduzir nossas energias até o esgotamento é um problema que interfere em todas as áreas de nossas vidas, e nos leva a sensação de cansaço extremo, falta de energia e motivação pra realizar tarefas diárias. Isso tudo é uma consequência do Burnout, que é um transtorno de ansiedade no contexto exclusivamente laboral, ou seja, a causa do estresse é a relação com o trabalho.
No espectro das ideias surge uma graya saída desse drama através dos olhos do ator e cineasta Ben Stiller. Ele dirige a nova série “Ruptura”, que conta como uma empresa gigantesca, criou uma tecnologia implantável na cabeça de seus funcionários, para ligar e desligar partes do cérebro, relacionadas ao trabalho e lazer. Os novos empregados são submetidos a um procedimento cirúrgico, e todos os dias que vão trabalhar, as memórias não relacionadas a labuta são comprimidas, e a pessoa cria nova personalidade sem ter que lembrar da família e amigos nessa hora. Quando ela sai do trabalho, não lembra sequer dos colegas de lá. Se cruzar na rua por alguém da empresa não vai reconhecer.
Nem penso em passar por essa cirurgia obscena, já me acostumei ao olhar do outro, que me hipnotiza e diz que a poesia do encontro deve ser minha paixão, e ainda quero deixar minha vida inebriada de tanto teimar em correr até a próxima esquina na busca de atenção.
Amo a vida a cada segundo, por isso estou deixando o ar me respirar.
Mas nem todos conseguem cruzar leves nessa mesma calçada. A população transgênero, que é uma ampla categoria de pessoas, deseja seu espaço com respeito e aceitação como qualquer indivíduo, mas sofre bem além do esperado normal, devido á negação do outro. Algumas pessoas que apresentam um sofrimento psíquico intenso, tem o que se chama “Disforia de Gênero”. Essa condição merece cuidados especiais e multidisciplinares, pois se trata de um indivíduo que não se identifica com o gênero que nasceu. O PROTIG, Programa de identidade de gênero, é um ambulatório pertencente ao Setor de Psiquiatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que acolhe esse indivíduo para ajudar sua alma encontrar a paz, o bem-estar, trazer o brilho nos olhos a que todos temos o direito, o qual entendemos ser o sentido social de estarmos vivos e acolhidos, e assim sermos o que queremos como toda criatura que veio a esse pesado viver. A percepção da seriedade desse tema, fez reunir múltiplos profissionais no PROTIG, essa é a prova da imensa importância em tratar o assunto, depois que mamãe nos trouxe a luz. Aqui fora nos cabe a disciplina mínima do respeito e amor a esses que clamam um abraço pra ser o começo, de um acolhimento carinhoso mesmo em silêncio, como Machado de Assis nos lembrou, “Muitas coisas, melhor se diz calado”.
Que a nova Aurora traga um recomeço para nos guiar á dias mais lúcidos e claros. A nós cabe disseminar com frequência e persistência, atos de atenção a quem clama, e nos mantermos atentos aos comportamentos do outro, pois mesmo calado o vulnerável grita pra chamar pelo colo acolhedor na hora da dúvida.
Será mesmo que me amam?
MARAVILHA DE TEXTO! …DEIXO O AR ME REPIRAR..E MUITAS COISAS MELHOR DIZER CALADO…A NÓS NOS CABE DISSEMINAR A PERSISTÊNCIA!