Entrementes – Um ato de arte TBT

O desafio que quase me tira o sono, são meus clichês em todas as maneiras de escrever. E para rompê-los, só a leitura, a conversa e o sofrido esforço para se libertar de minhas alienações. E nada como a Revista Entrementes em qualquer de suas edições.
Arte é duro oficio. Sim, oficio, apesar de não vivermos dela. É uma opção quase impossível. Minha arte não é artesanal e nem mercadológica, não que eu não queira, ela simplesmente não é. Para conseguir leitores é um esforço quase inumano. Estou fadado ao desaparecimento. Mas tudo bem, você leitor também ira desaparecer, enquanto personalidades, mesmo sendo eterno.
Que revista! Já li algumas matérias. Perco-me como sempre, neste ISSU. Labirinto tecnológico – em pdf já não bastava? Algumas fontes difíceis de entender, mas superamos. A qualidade das contribuições são maravilhosas. O Entrementes é um ato de arte que mais vejo durar, na insípida cena brasileira de nossas inúmeras dificuldades de um espaço no mundo.
Minha camisa e meu cérebro sua para entender estes tais pensadores da educação. Ainda sou um fiasco, como professor. Mas ei de vencer! Só me resta o amor, a humanidade e a comunidade. Entender teorias educacionais e práticas burocráticas é um desafio. Paulo Freire, gosto muito, mas não é cocada não. Entre ler Paulo e Fernando Pessoa, fico com Pessoa. Este tal de Mikhail Baktin é um desafio. Preparei uma apostila do curso que fiz e acabei não lendo. Mergulhei na literatura, na poesia, no facebook com seus poetas e na Revista Entrementes.


Eu não sei tocar e cantar nas Ruas do Rio de Janeiro, nem dar aula de história em Ubatuba e nem produzir mel. Só sei produzir clichês e viver com minha renite. Fiz duas séries de poemas no face. Nem uma escola me chamou, caminhei, li, reli. escrevi, meditei e termino saudando a Edição de Inverno. Aquela última seção que Elizabeth de Souza tem na revista é um bálsamo. Cara, encontrar-se para falar de arte, filosofia. O último lance assim, foi numa banca de revista, perto do teatrão. Povo acorda! precisamos nos ver, seja nas praças ou em qualquer canto. Numa praia de Ubatuba então. Ou em Tremembé à beira do Rio Paraíba. Nas ruas não, em salões. Somos pós modernos, eternos… Opa! usei algo do poeta Moraes em saudações aos poetas.
A Banda do Folclore Desbocado é a juventude de hoje. Faço parte daquele movimento das praças…Ai, viva a Afonso Pena. A Revista está atual, internacional, ultra dimensional. Está Domingos Fabio, Solfidone, O desconhecido. Que tal uma homenagem ao poeta desconhecido? O Moraes Barbosa iria gostar. Arte, vida. Fico com um poema visceral de Maria Giulia Pinheiro, citado por Marco Antonio Machado, para fechar este texto clichê, alma e solidão. Poetas não vivam só, somos a alma, ciranda e canção. O Domingos Santos saúda os poetas na parte de poesia. Mas tudo é poesia. Desbocados cansados dos clichês da política. A arte é um grito e uma canção de esperança e um grito de luta! Semana de arte moderna, lesbos, safo, Byron, revolução francesa. Incineremos nossos medos – abriremos o portal do banhado, comeremos bolinho caipira em cima da pedra do bau.

Marco Antonio Machado
Ontem às 10:20:

“Essa gente, essa gente achando que boceta aberta é risco,
Ave,
Não sabe que risco maior é de caneta.
Escrever com a boceta aberta,
Ler com o peito rasgado,
E costurar com a linguagem as marcas dos nossos corpos.
Eis o que eu desejo da arte: risco.” (Poema de Maria Giulia Pinheiro)

Joka

João Carlos Faria

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