MARCOS, Força de Vontade

 

MARCOS, Força de Vontade

Documentário, 94 minutos, cor, 2023

 

O filme faz um registro cinematográfico do artista plástico Marcos Santos, de São José dos Campos. Dotado de grande talento artístico, intelecto e grandeza espiritual, Marcos traz uma forte mensagem sobre a vida, o amor, que ultrapassa os limites do possível e realiza prodígios, de valor simbólico para além do tema, ultrapassa barreiras do homem comum.

Por meio desse artista podemos mostrar, que o mundo dos deficientes físicos, guarda surpresas para muito além do normal. A vida colocou diante dele as maiores dificuldades que muitos homens normais não conseguem superar, a vida lhe proveu forças para realizar obras grandiosas utilizando o seu pé esquerdo, expressando o que pode haver de mais belo e puro no ser humano.

Segundo as palavras do próprio Marcos: “as dificuldades existem para serem superadas”, é sobre essa força de vontade, que a imagem se realiza.

Segundo IBGE, o Brasil tem quase 13 milhões deficientes físicos, por outro lado, as dificuldades de um homem pobre, negro, que insiste e persiste em trilhar os passos do fazer artístico, tem muito mais dificuldades, numa sociedade formada sob o racismo estrutural. Marcos traz estas marcas encrustadas no corpo, suas complexidades são elevadas a potência máxima.

Seu gestual corpóreo pode no início, incomodar as pessoas que não o conhecem, não por maldade, mas por desconhecimento, por imaginar que algo dessa natureza, existe.

A direção do filme opta pela não interferência, assentindo o processo natural da linguagem artística, oportunizando a imagem dialogar com o público, ficando visível para cada expectador, vivenciar suas emoções no contato com a obra fílmica.

Neste documentário, de maneira crua e realista, Zoran D’jordjevic “abordar a temática da divina força da vontade humana, tendo como argumento a trajetória e a personalidade do artista plástico Marcos Santos”.

A primeira imagem do filme, exemplifica esse processo. Ela foi realizada por ocasião da Bienal de Artes de São Paulo, edição de 1996, quando foi registrado Marcos caminhando pelo pavilhão e uma imagem, ficou para sempre: Marcos olhando uma das telas mais famosas da história da arte, “O Grito”, de Edvard Munch. Esta imagem foi registrada com uma câmera Arri ST16, em película de 16 mm colorida (pelo diretor de fotografia sérvio Vladan Obradovic). Digitalizada, esta imagem aflora os sentidos metafóricos, começa a imersão do público, com um misto da história pessoal da personagem, seu gestual, e suas pinturas sublimam o teor artístico do seu trabalho, na obra fílmica que chega em boa hora.

Teaser: https://drive.google.com/file/d/1tXj6ub6hAXPfBebL5-8bI9Ci952Ytb7d/view?usp=drive_link

Serviço: Cine Santana, dia 21 de setembro, às 20:00

Rua: Rui Barbosa, 2005 – Santana

Sobre Diogo Gomes dos Santos 11 Artigos
Diogo Gomes dos Santos Diogo Gomes dos Santos, Cineasta, Cineclubista, Mestre em Estética e História da Arte, possui pós-graduação em Estudos Literário, graduado e licenciado em Historia, roteirista, diretor, produtor com vários prêmios nacionais e internacionais. Diretor do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros/Delegado junto a Federação Internacional de Cineclubes.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*