O corpo já não aprisiona o ser

O corpo já não aprisiona o ser

Aos mestres Daillor Varella e Solfidone!

 

O que é existir? Nós, nem marginais, nem antissociais? Sobrevivemos no desejo de viver! Poesia Concreta, Lino signo, Poema processo? Nós sobreviventes das nossas angustias!
E o que é a arte?
Tantas infindáveis provocações, um texto de Elizabeth de Souza, outro de Dalto Fidenco nestes cansativos dias de concursos, matemática e a velha angústia de sobreviver de trabalho em trabalho.
Como é o sentimento dos sem lar, sem casas, dos desprovidos de trabalho? As esquerdas, as Direitas não se entendem e o povo sempre no pasto. Qual arte será capaz de um levante que questione tudo? Sem sair as ruas? Um movimento que desqualifique o uso da força bruta? No Chile, quantos perderam a visão nas batalhas de rua? Explosões sociais mundo afora, o desconcerto do capitalismo x socialismo. Que arte nos transforma? A mulher, o veado “bicha” e o homem todos nus na solidão de nossas desesperanças. Tudo na inútil sociedade politicamente incorreta. Quantos mortos de balas achadas que racham a cabeça e o corpo de crianças, mulheres e homens. Já não se divide o ser quase humano em masculino e feminino. O corpo já não aprisiona o ser!
Somos realmente livres quando a poesia concreta, o poema processo estará no nosso vestir. É preciso nascer novas utopias diante deste caos de desumanidade. Até quando aceitaremos o desemprego, os despejados, mulheres, homens e crianças nas ruas das cidades desertas de humanidade? Quanta violência diante de nossos olhos quase cegos!
Eu zumbi, “sem palmares”, sonhei que morri, mas já somos meros fantasmas presos a um cartão e um dinheiro sem lastro. Paulo Ghiraldelli será o Diógenes destes tempos sombrios? E Marcelo Marins com suas Guerras Orianas em seu chamado a despertar? Meras sombras somos, a ver projeções nas cavernas desta matrix inexistente. Eu, mero inexistente ser nestas guerras Orianas.
E ai, realmente existimos? Quem fará um levante? É seu Raul Seixas, “O dia em que a terra parou”.
Refletir e agir na dura batalha da sobrevivência!

Joka Faria
João Carlos Faria

Novembro de 2019 – Vale da Mantiqueira.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*