O Titanic de Hitler

O  TITANIC  DE  HITLER

Por Gilberto Silos

Vinte anos se passaram desde o lançamento do filme Titanic no Brasil. Escrito e dirigido por James Cameron, na época foi o longa metragem mais caro da história do cinema e campeão de bilheteria por 12 anos até Avatar, do mesmo diretor. Ganhou onze prêmios no Oscar de 1998.

Aborda a viagem inaugural do gigantesco transatlântico inglês Titanic, do porto de Southampton a Nova  Iorque em abril de 1912. Dias após o navio afundaria  ao colidir com um iceberg, deixando um saldo de mais de 1.500 mortos.

O enredo, romantizado e carregado de um glamour típico de Hollywood, tem como protagonistas principais Leonardo Di Caprio e Kate Wynslet.

Outras versões anteriores dessa tragédia foram lançadas desde 1912, porém, uma delas merece uma atenção especial, por sua abordagem inusitada. Referimo-nos à versão alemã de 1943, cujo título em português é: Titanic – O Épico Nazista Banido. Esse filme foi encomendado por Joseph Goebbels, ministro de Propaganda de Adolf Hitler, como uma peça de propaganda nazista. Em 1943 os  ventos  da Segunda Guerra já não sopravam a favor dos países do Eixo. Tudo era válido  para reverter  uma situação que  na prática culminaria com a derrota alemã em 1945.

O que se  pretendia com o filme era mostrar ao mundo a qualidade  do cinema alemão e, simultaneamente, desmoralizar  seus inimigos, principalmente a Inglaterra, questionando seu sistema capitalista que priorizava o lucro em detrimento da vida e da dignidade do ser humano.

No enredo, a White Star Line, companhia  construtora e operadora do navio, vivia um momento de crise financeira, com o valor de suas ações despencando no mercado internacional. Seus diretores jactavam-se de haver construído o mais luxuoso e seguro transatlântico do mundo, capaz de percorrer em tempo recorde a distância  entre Southampton e Nova Iorque. Com isso visavam a valorizar suas ações e recuperar  sua margem de lucro. Para atingir esse objetivo não vacilaram em reduzir custos,  negligenciando normas de segurança. A intenção era chegar ao seu destino um dia  antes do prazo previsto. Quando do afundamento, o Titanic navegava com sua velocidade máxima, ignorando as advertências de que naquela  região havia icebergs. A bordo  não havia sinalizadores adequados, nem botes e coletes salva-vidas suficientes para todos os  passageiros e tripulantes. Daí, a dimensão da tragédia.

Inicialmente, o filme foi exibido nos países ocupados pelos alemães e naqueles que se mantinham neutros  em relação à guerra. Posteriormente, por motivos não esclarecidos, Goebbels suspendeu sua exibição. Herbert Selpin, diretor do filme, foi preso e dias depois encontrado morto em sua cela. Suicidou-se ou foi suicidado ?

Em 1949 uma cópia dessa película foi descoberta, mas não foi exibida. Em 1992, uma versão censurada da mesma obra foi lançada na Alemanha. Finalmente, em 2005 foi completamente restaurada e lançada em DVD.

Aos cinéfilos de carteirinha e apreciadores de bons filmes: Titanic – o Épico Nazista Banido,em HD, com ótima fotografia e excelente atuação de seu elenco, pode ser encontrado na internet.

Sobre Gilberto Silos 189 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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