OSCAR 2018 – Comentários de todas as categorias

OSCAR 2018 – Comentários de todas as categorias

 *BEST PICTURE*
 *MELHOR FILME*

* Vencedor: The Shape of Water (A Forma da Água)

Também concorriam:

* Call Me By Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome)
* Darkest Hour (O Destino de uma Nação)
* Dunkirk
* Get Out (Corra!)
* Lady Bird (Lady Bird – A Hora de Voar)
* Phantom Thread (Trama Fantasma)
* The Post (The Post – A Guerra Secreta)
* Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime)

Daltopinião: apesar de ser o recordista no ano em número de indicações, confesso que não achava que a Academia escolheria uma película como “A Forma da Água” para Melhor Filme, preferindo uma produção mais “pés no chão”… mas que nada, o grande vencedor acabou mesmo sendo esta obra-prima de Guillermo del Toro, um filme que é pura poesia, pura fantasia, pura arte cinematográfica! Assim como em seu sublime “O Labirinto do Fauno”, del Toro nos entrega uma obra emocionante, mas que só consegue agradar totalmente a aqueles que conseguem ver o filme com olhos de poeta, pois caso contrário, a chance de sair da sala de exibição criticando o que viram é real. Num mundo atual onde as pessoas praticamente perderam toda a poesia em sua vida, ver um filme de fantasia tão belo como esse sair com a principal estatueta do Oscar é, no mínimo, inspirador. Vitória merecidíssima!
Nesta categoria, quem leva o Oscar para casa são os produtores do filme, o que neste caso, foram Guillermo del Toro e J. Miles Dale. Incluindo as outras duas nomeações neste ano (Roteiro Original e Direção), esta foi a quarta vez em que del Toro concorria, já tendo sido nomeado pelo Roteiro Original de “O Labirinto do Fauno”, de 2006. Por outro lado, J. Miles Dale concorreu e venceu já em sua primeira nomeação.

*DIRECTING*
 *MELHOR DIRETOR*

* Vencedor: Guillermo del Toro, por The Shape of Water (A Forma da Água)

Também concorriam:

* Christopher Nolan, por Dunkirk
* Jordan Peele, por Get Out (Corra!)
* Greta Gerwig, por Lady Bird (Lady Bird – A Hora de Voar)
* Paul Thomas Anderson, por Phantom Thread (Trama Fantasma)

Daltopinião: o espetacular cineasta mexicano já havia levado o Globo de Ouro nesta categoria e era o favorito aqui também, o que acabou se concretizando. Justíssimo prêmio para um trabalho espetacular de Direção, onde os protagonistas, que não falavam, se comunicavam pela música, pelo amor e pela poesia dos gestos e olhares. Guillhermo del Toro finalmente recebe seu lugar entre os grandes diretores vencedores do Oscar. Em tempo, nos últimos 5 anos, esta é a terceira vez que um cineasta mexicano leva a estatueta de Melhor Diretor para casa! Alfonso Cuáron levou em 2014 por “Gravidade” e Alejandro González Iñárritu venceu em 2015 por “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”… se continuar assim logo irão querer fazer um muro entre os dois países… ops, esqueci, isso já querem.
Menção honrosa para o genial Christopher Nolan, que aos poucos vem tendo seu talento reconhecido e ainda sairá vencedor nesta categoria um dia, podem escrever.
Como foi dito na categoria acima, del Toro concorria a três Oscars este ano (acabou levando dois) e também já tinha concorrido pelo espetacular Roteiro Original de “O Labirinto do Fauno”, de 2006.

 *ACTOR IN A LEADING ROLE*
 *MELHOR ATOR*

* Vencedor: Gary Oldman, por Darkest Hour (O Destino de uma Nação)

Também concorriam:

* Timotheé Chalamet , por Call Me By Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome)
* Daniel Day Lewis , por Phantom Thread (Trama Fantasma)
* Daniel Kaluuya, por Get Out (Corra!)
* Denzel Washington, por Roman J. Israel, Esq.

Daltopinião: a maior barbada do Oscar 2018 era nessa categoria… era simplesmenet impossível que o inigualável trabalho de Gary Oldman em “O Destino de uma Nação” não saísse vencedor. Foi assustadora a forma como ele se transformou em Winston Churchill neste filme, numa das maiores caracterizações da história da Sétima Arte. Atuação visceral que já havia lhe dado também o Globo de Ouro de Melhor Ator de Filme – Drama. Particularmente fiquei muito feliz ao ver o reconhecimento deste grande ator, que já merecia ter várias indicações no currículo e não apenas uma anterior, que foi por “O Espião que Sabia Demais”, de 2011.

 *ACTRESS IN A LEADING ROLE*
 *MELHOR ATRIZ*

* Vencedora: Frances McDormand, por Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime)

Também concorriam:

* Sally Hawkins, por The Shape of Water (A Forma da Água)
* Margot Robbie, por I, Tonya  (Eu, Tonya)
* Saoirse Ronan, por (Lady Bird – A Hora de Voar)
* Meryl Streep, por The Post (The Post – A Guerra Secreta)

Daltopinião: olha a Meryl Streep concorrendo pela 21ª vez! Se o Oscar fosse uma estatueta feminina, ele se chamaria Meryl! Todos os elogios são merecidos para a maior atriz de todos os tempos, mas neste ano a vencedora só poderia ser mesmo Frances McDormand, por seu espetacular trabalho em “Três Anúncios Para um Crime”. Ela já havia vencido o Globo de Ouro este ano também nesta categoria, e apesar do trabalho incrível de Sally Hawkins em “A Forma da Água”, Frances foi a vencedora com todos os méritos. Esta foi a quinta vez que Frances McDormand concorria, já tendo sido indicada antes para Melhor Atriz Coadjuvante por “Terra Fria”, de 2015, “Quase Famosos”, de 2000 e por “Mississipi em Chamas”, de 1988, além de ter vencido como Melhor Atriz por “Fargo”, de 1996. Em tempo, dizer que ninguém poderia roubar o Oscar de Frances este ano não seria verdade… pois foi exatamente o que aconteceu durante a cerimônia, literalmente! Por sorte o ladrão foi rapidamente encontrado e preso. Se isso ocorre no Brasil, seria manchete em todos os jornais…

 *WRITING (ORIGINAL SCREENPLAY)*
 *MELHOR ROTEIRO ORIGINAL*

* Vencedor: Jordan Peele, por Get Out (Corra!)

Também concorriam:

* Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani, por The Big Sick (Doentes de Amor)
* Greta Gerwig, por Lady Bird (Lady Bird – A Hora de Voar)
* Guillermo del Toro e Vanessa Taylor, por The Shape of Water (A Forma da Água)
* Martin McDonagh, por Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime)

Daltopinião: um filme de terror concorrendo a Melhor Roteiro? O quê, um filme de terror vencendo um dos Oscars de Melhor Roteiro? Surreal! Os tempos mudaram! Para mim foi uma deliciosa surpresa, eu que sempre fui fã do gênero, ver o favorito (e excelente) Roteiro Original de “Três Anúncios Para um Crime” (vencedor do Globo de Ouro) ser surpreendido pela obra de Jordan Peele, que veio para ficar. Ele venceu também nesta categoria o Critics’ Choice Awards… olhe nele no futuro! Incluindo suas duas outras indicações este ano (Melhor Filme e Melhor Direção), esta foi a terceira vez que Peele concorria. Adversários na briga pela estatueta dourada… get out!

 *WRITING (ADAPTED SCREENPLAY)*
 *MELHOR ROTEIRO ADAPTADO*

* Vencedor: James Ivory, por Call Me By Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome)

Também concorriam:

* Scott Neustadter e Michael H. Weber, por The Disaster Artist (O Artista do Desastre)
* Scott Frank, James Mangold e Michael Green, por Logan
* Aaron Sorkin, por Molly’s Game (A Grande Jogada)
* Virgil Williams e Dee Rees, por Mudbound (Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi)

Daltopinião: claro que a torcida deste geek que vos escreve era para “Logan”, mas sabendo que sua chance era ínfima por ser um filme de super-herói, então eu já sabia que o vencedor acabaria sendo outro concorrente, e o escolhido para Melhor Roteiro Adaptado foi  “Me Chame Pelo Seu Nome”, baseado no livro homônimo do escritor norte-americano André Aciman, que fala sobre o primeiro amor de um adolescente por um estudante de doutorado norte-americano, na bucólica Itália. Vitória contra o preconceito sempre merece ser aplaudida! Esta foi a primeira estatueta de James Ivory, em sua quarta nomeação. Ele já havia concorrido por “Vestígios do Dia”, de 1993, por “Retorno a Howard’s End”, de 1992, e por “Uma Janela para o Amor”, de 1986, sempre como Melhor Diretor.

 *ACTOR IN A SUPPORTING ROLE*
 *MELHOR ATOR COADJUVANTE*

* Vencedor: Sam Rockwell, por Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime)

Também concorriam:

* Willem Dafoe, por The Florida Project (Projeto Flórida)
* Woody Harrelson, por Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime)
* Richard Jenkins, por The Shape of Water (A Forma da Água)
* Christopher Plummer – Todo o Dinheiro do Mundo

Daltopinião: novamente uma vitória muito fácil de ser prevista, pois a atuação de Sam Rockwell em “Três Anúncios Para um Crime” foi simplesmente espetacular e se ele não saísse vencedor da cerimônia, seria caso para colocarmos um quarto anúncio, delatando este crime! Ele já havia vencido também o Globo de Ouro nesta categoria, derrotando quase os mesmos concorrentes. Sam Rockwell finalmente teve seu talento reconhecido pela Academia, já em sua primeira nomeação.

 *ACTRESS IN A SUPPORTING ROLE*
 *MELHOR ATRIZ COADJUVANTE*

* Vencedora: Allison Janney, por I, Tonya (Eu, Tonya)

Também concorriam:

* Mary J. Blige, por Mudbound (Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi)
* Lesley Manville, por Phantom Thread (Trama Fantasma)
* Laurie Metcalf, por Lady Bird (Lady Bird – A Hora de Voar)
* Octavia Spencer, por The Shape of Water (A Forma da Água)

Daltopinião: apesar da excelente atuação de Octavia Spencer (sempre ótima, aliás) em “A Forma da Água”, a favorita era mesmo Allison Janney, por sua atuação espetacular em “Eu, Tonya”, e que bela e merecida vitória!  Apesar de já ter uma boa filmografia, ela é mais conhecida por atuar em séries, como a atual “Mom”. Muito talentosa, ela este ano merecidamente atingiu um patamar superior em sua carreira, tendo levado o Globo de Ouro de Atriz Coadjuvante e agora também o Oscar, já em sua primeira nomeação.

 *ANIMATED FEATURE FILM*
 *LONGA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO*

* Vencedor: Coco (Viva – A Vida é uma Festa), por Lee Unkrich e Darla K. Anderson

Também concorriam:

* The Boss Baby (O Poderoso Chefinho), por Tom McGrath e Ramsey Naito
* The Breadwinner, por Nora Twomey e Anthony Leo
* Ferdinand (O Touro Ferdinando), por Carlos Saldanha e Lori Forte
* Loving Vincent (Com Amor, Van Gogh), por Dorota Kobiela, Hugh Welchman e Ivan Mactaggart

Daltopinião: favorita destacada, a produção da Pixar confirmou as previsões e levou para casa o Oscar de Melhor Longa de Animação, com toda a justiça, deixando pelo caminho a produção de Carlos Saldanha, que tentava o primeiro Oscar tupiniquim com a Direção do norte-americano “Touro Ferdinando”. Não se pode deixar de citar aqui a incrível e visualmente deslumbrante animação européia  “Com Amor, Van Gogh” (obrigatória a todo amante de Cinema e Artes Plásticas), mas no cômputo geral, o excelente, profundo e tecnicamente brilhante Coco (Viva – A Vida é uma Festa) saiu vencedor com méritos (já havia levado também o Globo de Ouro). Esta foi a terceira vez que Lee Unkrich concorria, tendo vencido em 2011 nesta mesma categoria pela obra-prima “Toy Story 3”, animação que lhe rendeu também uma indicação a Melhor Roteiro Adaptado naquele ano. Já Darla K. Anderson havia concorrido em 2011 pelo mesmo “Toy Story 3”, mas na categoria “Melhor Filme”.

 *PRODUCTION DESIGN*
 *DIREÇÃO DE ARTE & CENÁRIOS*

* Vencedor: The Shape of Water (A Forma da Água), por Paul Denham Austerberry (Direção de Arte); Shane Vieau e
Jeff Melvin (Cenários)

Também concorriam:

* Beauty and The Beast (A Bela e a Fera), por Sarah Greenwood (Direção de Arte) e Katie Spencer (Cenários)
* Blade Runner 2049, por Dennis Gassner (Direção de Arte) e Alessandra Querzola (Cenários)
* Darkest Hour (O Destino de uma Nação), por Sarah Greenwood (Direção de Arte) e Katie Spencer (Cenários)
* Dunkirk, por Nathan Crowley (Direção de Arte); Gary Fettis (Cenários)

Daltopinião: disputa acirrada nesta categoria, que contava com concorrentes de peso como “a Bela e a Fera” e “Blade Runner 2049”, mas numa categoria que tem “arte” até no nome, a vitória tinha que ficar com uma representação viva de pura arte, que foi “A Forma da Água”, poética produção de Guillermo del Toro, que teve um Design de Produção perfeito para dar vida ao seu roteiro. Paul Denham Austerberry, Shane Vieau e Jeff Melvin concorriam pela primeira vez e já saíram como os grandes vencedores, merecidamente.

 *CINEMATOGRAPHY*
 *FOTOGRAFIA*

* Vencedor: Blade Runner 2049, por Roger A. Deakins

Também concorriam:

* Darkest Hour (O Destino de uma Nação), por Bruno Delbonnel
* Dunkirk, por Hoyte van Hoytema
* Mudbound (Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi), por Rachel Morrison
* The Shape of Water (A Forma da Água), por Dan Laustsen

Daltopinião: esta é uma de minhas categorias favoritas, sendo vital para “pintar” um filme como ele foi imaginado pelo roteirista, e Roger A. Deakins fez um trabalho espetacular em “Blade Runner 2049”, com uma paleta de cores perfeita para ilustrar a história. Os concorrentes também haviam apresentado um trabalho de muita qualidade, mas a vitória ficou em boas mãos. Deakins é um exemplo de persistência, pois finalmente saiu vencedor depois de já ter concorrido sem conseguir levar o Oscar para casa em 13 ocasiões anteriores, sempre para Fotografia. Ele havia sido indicado antes por “Os Suspeitos”, de 2013, por “007 – Operação Skyfall”, de 2012, por “Bravura Indômita”, de 2010, por “O Leitor”, de 2008, por “O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford”, de 2007, por “Onde os Fracos Não Têm Vez”, também de 2007, por “O Homem Que Não Estava Lá”, de 2001, por “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?”, de 2000, por “Kundun”, de 1997, por “Fargo”, de 1996 e pela obra-prima “Um Sonho de Liberdade”, de 1994. Ufa!

 *COSTUME DESIGN*
 *FIGURINO*

* Vencedor: Phantom Thread (Trama Fantasma), por Mark Bridges

Também concorriam:

* Beauty and The Beast (A Bela e a Fera), por Jacqueline Durran
* Darkest Hour (O Destino de uma Nação), por Jacqueline Durran
* The Shape of Water (A Forma da Água), por Luis Sequeira
* Victoria & Abdul (Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha), por Consolata Boyle

Daltopinião:  apesar dos fortes concorrentes, fez todo sentido que o vencedor nesta categoria  tenha sido “Trama Fantasma”, já que o filme estrelado por Daniel Day-Lewis, apresenta um renomado estilista que trabalha para a realeza e elite britânica. Um filme elegante e intelectual, completamente afastado da linguagem pop que se insere em praticamente todos os filmes atualmente, mesmo que de forma mais sutil em alguns, e que contou com um figurino sublime, “Trama Fantasma” saiu vencedor com todos os méritos. Este foi o segundo Oscar de Mark Bridges, que já havia vencido pelo Figurino de “O Artista”  em 2012,  além de ter concorrido em 2015 por “Vício Inerente”.

 *FILM EDITING*
 *MONTAGEM*

* Vencedor: Dunkirk, por Lee Smith

Também concorriam:

* Baby Driver (Em Ritmo de Fuga), por Paul Machliss e Jonathan Amos
* I, Tonya (Eu, Tonya), por Tatiana S. Riegel
* The Shape of Water (A Forma da Água), por Sidney Wolinsky
* Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime), por Jon Gregory

Daltopinião: os filmes de Christopher Nolan não prezam apenas por ter uma Direção perfeita e por roteiros inteligentes, mas também por sempre contarem com uma Montagem impecável, digna de nota. E desta vez não foi diferente… o australiano Lee Smith, já em seu quarto filme trabalhando com Nolan, entregou um trabalho excepcional e foi o vencedor com toda a justiça. Este foi seu primeiro Oscar, mas ele já havia concorrido em duas oportunidades anteriormente: por “Batman: O Cavaleiro  das Trevas”, de 2008 e por “Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo”, de 2003.

 *MAKEUP AND HAIRSTYLING*
 *MAQUIAGEM & PENTEADO*

* Vencedor: Darkest Hour (O Destino de uma Nação), por Kazuhiro Tsuji, David Malinowski e Lucy Sibbick

Também concorriam:

* Victoria & Abdul (Victoria e Abdul – O Confidente da Rainha), por Daniel Phillips e Lou Sheppard
* Wonder (Extraordinário), por Arjen Tuiten

Daltopinião: quem viu a incrível transformação de Gary Olman em Winston Churchill em “O Destino de Uma  Nação” sabe que o Oscar desta categoria não poderia ir para outras mãos. O trabalho quase sobrenatural para este filme do trio Kazuhiro Tsuji, David Malinowski e Lucy Sibbick saiu vencedor, com todos os méritos. Tsuji levou seu primeiro Oscar, mas já havia concorrido antes por “Norbit – Uma Comédia de Peso”, de 2007, e por “Click”, de 2006. Já David Malinowski e Lucy Sibbick saíram vencedores já em sua primeira indicação.

 *MUSIC (ORIGINAL SCORE)*
 *TRILHA SONORA ORIGINAL*

* Vencedor: The Shape of Water (A Forma da Água), por Alexandre Desplat

Também concorriam:

* Dunkirk, por Hans Zimmer
* Phantom Thread (Trama Fantasma), por Jonny Greenwood
* Star Wars: The Last Jedi (Star Wars – Os Últimos Jedi), por John Williams
* Three Billboards Outside Ebbing, Missouri (Três Anúncios Para um Crime), por Carter Burwell

Daltopinião: num filme em que os dois protagonistas não falam uma só palavra, como fazer para contar a história deles? Simples… deixar a música, ou melhor, deixar uma Trilha Sonora sublime falar por eles! Seria quase um crime se “A Forma da Água” não saísse vencedora, mesmo concorrendo com a lenda viva John Williams, vencedor de 5 Oscars e nomeado inacreditáveis 51 vezes! Alexandre Desplat mereceu a vitória, e suas palavras dirigidas a Guillermo del Toro no discurso quando subiu ao  palco servem para quem assistiu ao filme também: “Obrigado por deixar a música ser a voz de seus personagens”. Esta foi a segunda vez que Desplat venceu a estatueta dourada de Melhor Trilha Sonora, a primeira havia sido por “O Grande Hotel Budapeste”, de 2014, e fora isso ele já havia concorrido outras sete vezes, sempre nesta mesma categoria: por “O Jogo da Imitação, de 2014, por “Philomena”, de 2013,  por “Argo”, de 2012, por “O Discurso do Rei”, de 2010, por “O Fantástico Sr. Raposo”, de 2009, por “O Curioso Caso de Benjamin Button”, de 2008 e por “A Rainha”, de 2006.

 *MUSIC (ORIGINAL SONG)*
 *CANÇÃO ORIGINAL*

* Vencedor: Coco (Viva – A Vida é uma Festa), por “Remember Me”
Música e Letra de Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez

Também concorriam:

* Mudbound (Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi), por “Might River”
Música e Letra de Mary J. Blige, Raphael Saadiq e Taura Stinson
* Call Me By Your Name (Me Chame Pelo Seu Nome), por “Mystery of Love”
Música e Letra de Sufjan Stevens
* Marshall, por “Stand Up for Something”
Música de Diane Warren; Letra de Lonnie R. Lynn e Diane Warren
* The Greatest Showman (O Rei do Show), por “This is Me”
Música e Letra de Benj Pasek and Justin Paul

Daltopinião: minha preferência era por “Viva – A Vida é uma Festa” simplesmente pela afinidade com a animação da Pixar e sua trama, e acabei dando sorte na torcida! Esta é uma categoria que sempre rende alguns dos melhores momentos da cerimônia, já que as músicas são sempre apresentadas ao vivo, com espetáculos irrepreensíveis, e a animação da Pixar fez mesmo a vida virar uma festa, levando a estatueta para casa. Foi a segunda vitória do casal Lopez, pois os compositores norte-americanos são os pais do megasucesso “Let It Go” de “Frozen: Uma Aventura Congelante”, com o qual levaram o Oscar de Canção Original de 2013. Estão invictos na cerimônia!

 *VISUAL EFFECTS*
 *EFEITOS VISUAIS*

* Vencedor: Blade Runner 2049, por John Nelson, Gerd Nefzer, Paul Lambert e Richard R. Hoover

Também concorriam:

* Guardians of The Galaxy Vol. 2 (Guardiões da Galáxia Vol.2), por Christopher Townsend, Guy Williams,
Jonathan Fawkner e Dan Sudick
* Kong: Skull Island (Kong – A Ilha da Caveira), por Stephen Rosenbaum, Jeff White, Scott Benza
e Mike Meinardus
* Star Wars: The Last Jedi (Star Wars – Os Últimos Jedi), por Ben Morris, Mike Mulholland, Neal Scanlan
e Chris Corbould
* War of The Planet of The Apes (Planeta dos Macacos – A Guerra), por Joe Letteri, Daniel Barrett,
Dan Lemmon e Joel Whist

Daltopinião: o favorito era “Planeta dos Macacos – A Guerra”, minha torcida era por, obviamente, “Star Wars – Os Últimos Jedi”, mas quem acabou levando mesmo o Oscar para casa foi “Blade Runner 2049”, uma agradável surpresa! Injustamente ignorado pelo público, que o tornou um fracasso de bilheteria, este excelente filme ao menos teve seu valor reconhecido pela Academia. Prêmio merecido, sem dúvida alguma. Esta foi a segunda vitória de John Nelson, que já havia vencido em 2000 por “Gladiador”, além de ter sido indicado aos Oscars de 2008 por “Homem de Ferro” e de 2004 por “Eu, Robô”. Richard R. Hoover venceu pela primeira vez mas já havia concorrido pelo ano de 2006 com “Superman – O Retorno” e por 1998 com “Armagedom”. Já Gerd Nefzer e Paul Lambert concorriam pela primeira vez.

 *SOUND EDITING*
 *EDIÇÃO DE SOM*

* Vencedor: Dunkirk, por Richard King e Alex Gibson

Também concorriam:

* Baby Driver (Em Ritmo de Fuga), por Julian Slater
* Blade Runner 2049, por Mark Mangini e Theo Green
* The Shape of Water (A Forma da Água), por Nathan Robitaille e Nelson Ferreira
* Star Wars: The Last Jedi (Star Wars – Os Últimos Jedi), por Matthew Wood e Ren Klyce

Daltopinião: apesar da fortíssima concorrência de “Star Wars – Os Últimos Jedi”, o filme de Christopher Nolan também era um dos favoritos e fez valer sua incrível qualidade nessa categoria, saindo como o grande  vencedor. Com Edição e Mixagem de Sons impecáveis, “Dunkirk” não deu chance aos demais concorrentes. Richard King já é um campeoníssimo, pois venceu seu quarto Oscar! Suas outras vitórias foram por “A Origem”, de 2010, “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, de 2008 e por “Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo”, de 2003. Fora isso, ele ainda já havia sido nomeado por “Interestelar”, de 2014 e por “Guerra dos Mundos”, de 2005. Já seu parceiro Alex Gibson, venceu já em sua primeira vez na cerimônia do Oscar.

 *SOUND MIXING*
 *MIXAGEM DE SOM*

* Vencedor: Dunkirk, por Mark Weingarten, Gregg Landaker e Gary A. Rizzo

Também concorriam:

* Baby Driver (Em Ritmo de Fuga), por Julian Slater, Tim Cavagin e Mary H. Ellis
* Blade Runner 2049, por Ron Bartlett, Doug Hemphill e Mac Ruth
* The Shape of Water (A Forma da Água), por Christian Cooke, Brad Zoern e Glen Gauthier
* Star Wars: The Last Jedi (Star Wars – Os Últimos Jedi), por David Parker, Michael Semanick,
Ren Klyce e Stuart Wilson

Daltopinião: basicamente o que escrevi na categoria acima serve para essa, já que são categorias irmãs: o espetacular “Star Wars – Os Últimos Jedi” como forte concorrente mas “Dunkirk” saindo vencedor por apresentar uma Mixagem de Som de nível excepcional. Esta foi a quarta vez que Mark Weingarten esteve no Oscar, finalmente levando seu primeiro Oscar para casa. Ele havia concorrido, sempre por Mixagem de Som, por “Interestelar”, de 2014, por “A Rede Social”, de 2010, e por “O Curioso Caso de Benjamin Button”, de 2008. Gregg Landaker aumentou sua coleção de estatuetas douradas, levando seu quarto Oscar para casa… ele que já havia vencido três vezes na extinta categoria “Melhor Som” (hoje dividida em Edição e Mixagem) por “Velocidade Máxima”, de 1994, por “Os Caçadores da Arca Perdida”, de 1981 e por “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca”, de 1980″. Fora isso ele ainda havia concorrido por “Interestelar”, de 2014, e novamente na extinta categoria “Melhor Som”, por “U-571 – A Batalha do Atlântico”, de 2000, por “Twister”, de 1996, por “Waterworld – O Segredo das Águas”, de 1995, e por “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de 1991. Já Gary A. Rizzo havia vencido também com “A Origem”, de 2010, além de ter concorrido também por “Interestelar”, de 2014, por “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, de 2008 e por “Os Incríveis”, de 2014.

 *FOREIGN LANGUAGE FILM*
 *FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA*

* Vencedor: A Fantastic Woman (Uma Mulher Fantástica) – Chile. Direção de Sebastián Lelio

Também concorriam:

* The Insult (O Insulto) – Líbano. Direção de Ziad Doueiri
* Loveless (Desamor) – Rússia. Direção de Andrey Zvyagintsev
* On Body and Soul (Corpo e Alma) – Hungria. Direção de Ildikó Enyedi
* The Square (The Square – A Arte da Discórdia) – Suécia. Direção de Ruben Östlund

Daltopinião: o mais belo era o filme húngaro, mas o favorito era mesmo o grande chileno “Uma Mulher Fantástica”, ainda mais depois do ótimo filme franco-germânico  “Em Pedaços”, vencedor do Globo de Ouro batendo entre outros o próprio filme chileno, estranhamente não ter sido sequer indicado ao Oscar. A trama da película chilena fala de Marina, uma cantora transsexual que sofre toda forma de descriminação e hostilidade após a morte do homem com quem vivia um relacionamento amoroso, tanto da família do mesmo quanto de funcionários do governo, enquanto tem que lutar com a dor do luto. Enquanto continuamos na fila, ao menos podemos comemorar mais um Oscar para a América do Sul! Foi a primeira vitória do Chile, que já havia concorrido na cerimônia de 2013 por “No”.

 *DOCUMENTARY FEATURE*
 *DOCUMENTÁRIO*

* Vencedor: Icarus (Ícaro), por Bryan Fogel e Dan Cogan

Também concorriam:

* Abacus: Small Enough to Jail (Abacus: Pequeno o Bastane para Condenar), por Steve James, Mark Mitten e Julie Goldman
* Faces Places (Visages, Villages), por Agnès Varda, JR e Rosalie Varda
* Last Men in Aleppo (Últimos Homens em Aleppo), por Feras Fayyad, Kareem Abeed e Søren Steen Jespersen
* Strong Island, por Yance Ford e Joslyn Barnes

Daltopinião: o melhor documentário e meu favorito era o belo “Faces Places (Visages, Villages)”, mas a produção da Netflix que fala sobre o doping no ciclismo veio com um sprint final e acabou sendo a grande vencedora nesta categoria. Bryan Fogel e Dan Cogan concorriam pela primeira vez e já saíram com a estatueta dourada nas mãos.

 *DOCUMENTARY SHORT SUBJECT*
 *DOCUMENTÁRIO – CURTA*

* Vencedor: Heaven is a Traffic Jam on the 405, por Frank Stiefel

Também concorriam:

* Edith+Eddie, por Laura Checkoway e Thomas Lee Wright
* Heroin(e), por Elaine McMillion Sheldon e Kerrin Sheldon
* Knife Skills, por Thomas Lennon
* Traffic Stop, por Kate Davis e David Heilbroner

Daltopinião: vitória da arte sempre deve ser comemorada… este Documentário – Curta fala da vida da artista Mindy Alper, que ao longo de toda sua vida tem lutado contra depressão e ansiedade severas, e que usa a sua arte, criando belíssimos desenhos e esculturas, para poder dar voz aos seus medos e batalhas mentais. Frank Stiefel venceu já em sua primeira nomeação.

 *SHORT FILM (ANIMATED)*
 *CURTA DE ANIMAÇÃO*

* Vencedor: Dear Basketbal, por Glen Keane e Kobe Bryant

Também concorriam:

* Garden Party, por Victor Caire e Gabriel Grapperon
* Lou, por Dave Mullins e Dana Murray
* Negative Space, por Max Porter e Ru Kuwahata
* Revolting Rhymes, por Jakob Schuh e Jan Lachauer

Daltopinião: que vitória emocionante aos fãs de basquetebol! Kobe Bryant ganhou todos os prêmios possíveis quando praticava seu esporte, ele que foi um dos 10 maiores jogadores de basquete da história, mas quem diria que ele um dia colocaria um Oscar em sua galeria de troféus? Ele foi produtor, narrador, e roteirista/escritor do curta de 6 minutos. O Curta é a animação do belíssimo texto poético que Kobe escreveu em 2015, quando de sua aposentadoria do esporte. E ele ainda chamou o experiente animador Glen Keane, que já havia trabalhado em clássicos da Disney como “A Pequena Sereia”, “Aladdin” e “A Bela e a Fera”. Vitória digna de figurar no All Star Game, da NBA! Tanto Bryant como Keane concorriam pela primeira vez.

*SHORT FILM (LIVE ACTION)*
 *CURTA-METRAGEM*

* Vencedor: The Silent Child, por Chris Overton e Rachel Shenton

Também concorriam:

* DeKalb Elementary, por Reed Van Dyk
* The Eleven O’Clock, por Derin Seale e Josh Lawson
* My Nephew Emmett, por Kevin Wilson Jr.
* Watu Wote/All of Us, por Katja Benrath e Tobias Rosen

Daltopinião: belo curta que mostra a história real de Libby, uma menina deficiente auditiva de 4 anos, que luta contra sua deficiência, prestes a começar a vida na escola. Uma história forte e triste, que mereceu sair vencedora. Chris Overton e Rachel Shenton foram laureados  já em sua primeira nomeação.

DALTO FIDENCIO 
nils satis nisi optimum

 http://www.facebook.com/dalto.fidencio
 http://twitter.com/DaltoFidencio

 

2 Comments

  1. beth

    Muito bom Dalto!
    Gosto demais das Daltopiniões. Opiniões de quem realmente entende da sétima arte.
    Dessa vez, assisti alguns dos filmes indicados, antes do Oscar e concordo com quase tudo que você disse, com exceção do ganhador de melhor filme “A forma da água”. Eu estava torcendo para o “Três anúncios para um crime”.
    Parabéns pelo excelente trabalho…abraço!

     Reply

  2. Patrícia do Carmo

    É sempre gratificante esperar alguns dias pra ler a daltopinião! Como sempre matéria impecável!!!

     Reply

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