Sexta-feira 13: um folclore moderno (publicado com atraso)
*Lucas C. Lima
Gato preto, espelho quebrado, chinelo virado, muitas coisas são considerados fontes de azar. Porém, um dia em especial é o maior vilão de todos para os supersticiosos: a Sexta-feira 13.
Mas como surgiu essa crença?
Vamos começar pelo número 13, que é associado ao azar em nossa cultura e em outros países do ocidente. Só que ele não é o único número que representa má sorte no mundo: o número 4 é considerado mau agouro em países como Japão e China, o 17 é presságio de morte na Itália e o número 26, na Índia, é visto como um marcador de grandes tragédias.
Enquanto isso, a origem azarada do número 13 é um tanto quanto turva. Alguns dizem que o conceito surgiu na Última Ceia, pois havia 13 participantes, sendo Judas Iscariotes o 13º, e quem trairia Jesus Cristo.
Outros dizem que veio da mitologia Nórdica, em que a lenda, estranhamente, também envolve um banquete com 13 convidados e um canalha entre eles. Nesse caso, Loki seria o 13º e desencadearia o Ragnarok, o fim do mundo.
Já a sexta-feira é sinônimo de azar, pois, segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado neste dia da semana.
Pensando na junção desses dois elementos, a sexta-feira 13 não tem uma origem definitiva. A teoria que eu mais gosto, pessoalmente, é a de que essa crença surgiu nada mais, nada menos, do que com os Cavaleiros Templários.
No dia 13 de outubro de 1307, uma sexta, o rei da França, Philip IV, mandou prender os integrantes da Ordem dos Templários. Um dia de muito azar para eles, definitivamente.
Apesar do medo deste dia não ser exatamente antigo, com origem por volta do século XX, a data está profundamente ligada ao imaginário popular, quase um folclore moderno. A superstição deu origem também a uma franquia de filmes de terror slasher que você provavelmente já ouviu falar, com o nome de (quem diria?) Sexta-feira 13.
Com um fundo de verdade ou não, o fato é que a forma com que vemos algo influencia o mundo ao nosso redor. O dia pode não ter poder por si só, mas se você acredita que ele tem, então não é só mais um dia na semana. Explorei esse conceito de maneira mais literal no meu livro de terror, O Sonho da Borboleta, publicado pela Qualis Editora. Nele, os personagens são trancados em uma mansão abandonada que se molda através de suas mentes, criando monstros e armadilhas baseados em seus medos. Nessa mansão, o que você acredita ser verdade e o que é verdade são duas coisas, muitas vezes, indistinguíveis.
Atualmente, a sexta-feira 13 pode ser considerada como um “mini Halloween”, um dia em que as pessoas ficam mais dispostas a pensar no macabro e no assustador, consumindo conteúdos de terror como livros, filmes e séries. Aproveite essa data de azar para enfrentar seus medos, e quem sabe se divertir no processo.
Foto – Lucas C. Lima
*Lucas C. Lima – autor de “O Sonho da Borboleta” e especialista em suspense, horror, mistério e fantasia sombria.
Capa – O sonho da borboleta
Qualis Editora
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