Sobre filosofia modinha, exílio voluntário e prepotência.

Sobre filosofia modinha, exílio voluntário e prepotência.
“Esse programa é o de maior liberdade da televisão brasileira. Então, olhe pará aquela câmera e diz o que você quiser”
Márcia Tiburi – O que eu queria falar resume em uma palavra, silêncio.
Antônio Abujamra – O silêncio é covarde!
Antes mesmo dos debates filosóficos virar modinha na televisão, eu já lia muita coisa sem pretensão de entender, ou mesmo ter uma opinião formada sobre tudo, como dizia o grande Raul Seixas. Antes mesmo daquele café filosófico da Tv cultura se tornar quase que obrigatório aos que se achavam superiores intelectualmente, eu já lia Schpenhauer, Nietzsche, Sócrates, Platão e Emanuel Kant. A priori, mas só a priori me pareceu correto não encontrar respostas. Posteriormente, li ” O mundo de Sofia, Joster Garden. Foi interessante entender um pouco sobre todos aqueles filósofos citados no livro.
Há um bom tempo não assisto mais esses programas. Esses filósofos da modernidade estão mais para palestrantes de auto-ajuda. São prepotentes, didáticos e cheios de certezas.
Em tempos idos, até gostava da Márcia Tiburi. Ela esteve no Sesc dando uma palestra, não me lembro bem, mas acho que foi palestra. O que lembro, é que falei com ela na saída. Pareceu ser uma mina gente fina. No programa provocações ela foi didática, cheia de verdades e citações acadêmicas de efeito. Resumindo, o único provocador ali era o Abujamra por sua autenticidade.
Esses contemporâneos, Pondé, Cortella, Karnal, Tiburi entre outros não me dizem nada. Prefiro o professor da USP, Clovis De Barros Filho que resume bem essa prepotência que muitos filósofos tem em querer explicar as questões da humanidade.
Ainda que não sejam filósofos, eu prefiro muito mais uma Viviane Mosé, Leonardo Boff e Eduardo Marinho. Esses sim, são pensadores reais do nosso tempo.
Para além das filosofias, está o estar presente, seja qual for a circunstância. O exílio de Marcia Tiburi e sua volta ao Brasil quatro anos depois, com um novo cenário sendo desenhado, assim como disse Antônio Abujamra, me pareceu covarde…
Parafraseando um canal que eu acompanho, eu digo: Mas isso é só o que eu acho, não o que eu penso…
F.S.
Confira a entrevista no link abaixo:
Sobre Fernando Selmer 11 Artigos
Fernando Selmer é escritor, silk maker e artista visual. Mora em São José dos Campos

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