Não sois máquinas!
O debate já ferve nas redes sociais, e não poderia ser diferente. Estamos falando da PEC da deputada Erika Hilton, cuja proposta é a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais. Seria o fim da escala 6 x 1. O documento já obteve o número de assinaturas suficiente para ser protocolado na Câmara dos Deputados.
A aprovação vai depender de convencimento e negociações com a maioria conservadora do parlamento. Não será uma tarefa simples. Esse contingente conservador representa, quase todo, o Capital, consciente de que a aprovação poderá significar-lhe custos na folha de pagamento. A menos que o governo compense esses custos no processo de ajustes na legislação trabalhista e nas relações de trabalho, haverá resistência. Esse pessoal não cederá se apenas invocada a questão humanitária.
Por que humanitária? Com a jornada de trabalho reduzida, o trabalhador pode dispor de mais tempo para o convívio familiar; para usufruir do lazer e da cultura; para dedicar-se a cursos capazes de impulsionar sua carreira profissional e exercitar sua cidadania.
Com o advento das modernas tecnologias é injustificável o ser humano trabalhar como se máquina fosse, perdendo, assim, sua própria humanidade.
Faz-nos lembrar “Não sois máquinas! Homens é que sois!”, último discurso de Charles Chaplin, no filme O Grande Ditador (1940):
“Pensamos em demasia e sentimos pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será violência e tudo será perdido”.
Nossa maior tragédia será perdermos nossa humanidade.
Por Gilberto Silos
Gilberto, se conseguirmos pelo menos a 5×2 já estaremos no lucro. Esses deputados conservadores e contra o trabalhador esquecem(?!) que eles mesmos fazem uma escala de 3×4…hipocrisia é o que vemos por aqui.
Érika Hilton está de parabéns.