A Criatura Alada

por Gustavo Souza Silva

Se alguma vez o Homem teve esperança;

De salvação, este dia provou-se distante.

Eis o porquê, pois uma inocente criança;

Num dia frio, perdeu o espírito infante.

 

Tudo começou com uma brincadeira;

Com seus amigos, esconde-esconde.

Os procurando ela alcançou à beira;

De um rio, mas sem querer foi longe.

 

Foi longe demais dos esconderijos;

De seus amigos, e assim ela pode ver;

Algo que deixou todo seu corpo rijo:

À sua frente estava um estranho ser.

 

Ele estava jogado perto daquele rio.

Em seu corpo ela viu feridas graves;

Mas aquelas asas lhe deram arrepio;

Pois eram como as de uma ferida ave.

 

Aquele ser estava vivo, disso ela sabia;

Então foi à criatura para poder ajudar.

“Será um anjo?” pensou com alegria;

Mas isso se esvaiu com aquele olhar.

 

Aquele ser nada disse, nem foi preciso;

Seu olhar mostrava apenas sofrimento.

Eu nem sei direito como lhe dizer isso;

Mas tentarei narrar tal acontecimento.

 

A troca de olhares com o estranho ser;

A Fez sentir tudo o que havia ocorrido.

Sorriu ao sentir seu amor, mas pôde ver;

Toda a crueldade que o havia acometido.

 

À sua frente estava o mais belo ser alado;

Que já houve, um ser de pura benevolência.

Mas a maldade humana o havia trucidado;

Fazendo-o morrer diante da inocência.

 

Gustavo Souza Silva

2017

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