puxo e empurro
tantas cores e ardores
num último murro
combino horizontes,
cenários e pinceladas
distante e fria
me esforçando ao máximo
para não manter
minha alma vazia
enxergo e toco
espantada com muito pouco
desapontada com algo oco
fico cega com fábulas tolas
feito mariposas morrendo
dentro d’uma luminária
brigo com memórias gentis
que me torturam os olhos como grãos de areia,
que me fazem sentir uma pária
escandalizo em quietude
crescendo para além deste minúsculo cômodo
sem compreender minha atitude
assim, permito meu coração a se regenerar
apesar de ser outra vez
uma tarefa difícil de executar
enfim, permaneço no mesmo lugar,
finalmente pronta para perdoar e aprender,
como se alguém fosse se importar
quênia lalita
abril/2024
Sempre muito original seu sentimento diante do mundo.
Paranóias, paranóias, culpadas por muitas coisas.
como dizia Raulzito, “dedico esta canção para Nóia, com amor e com medo”, haha.