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nem só da noite vive o homem
nem do sossego
nem da solidão

quando os primeiros raios
de uma suposta luz divina
invadem cômodos, invadem sonhos
com seus despertadores desesperados

renascem culpas e cobranças e contas a pagar
expectativas, esperanças demais
ruas e estabelecimentos e ruídos
oxigênio, gente demais

às vezes, caso não estejam atentos
aquele belo céu azul devora
sem pena
nem aço

às vezes, é um pouco difícil
de sobreviver

                      Quênia Lalita
                        Março/2016

Sobre Quênia Lalita 18 Artigos
Quênia Lalita escreve poesia. É ilustradora, tradutora e faz revisão de textos. E mora em São José dos Campos, SP

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