A Cultura e suas possibilidades

 

A Cultura e suas possibilidades

 


Ignorar ou subestimar o valor da Cultura numa sociedade já é, por si só, uma demonstração de atraso cultural. Estamos nos referindo a algo que é a maior expressão da identidade de um povo, um valor imprescindível à afirmação da nacionalidade.

Há aqueles, principalmente detentores do poder, capazes de usar  de todos os meios possíveis para apequenar, sufocar a cultura, e lançá-la no poço das irrelevâncias. Isso aconteceu neste país nos anos mais recentes.  

Deu para perceber nessa ação de abominável ”sabotagem” um ranço ideológico, uma tentativa de aliar a ideia de cultura ao conceito de subversão da ordem estabelecida e dos valores da  sociedade.

A Cultura e as artes são realmente subversivas no sentido de assumirem também o papel de veículos de transformação e questionamento do status quo vigente. Elas falam à alma e à consciência das pessoas. O motivo de toda essa preocupação é a influência que a cultura pode exercer na política e às mudanças que isso possa fomentar.

Outros, pragmáticos e utilitaristas, equivocadamente negam à cultura a capacidade de gerar valor econômico e promover o bem estar social.  Para quem é dado a reflexões rasas, tudo isso aí se resume numa frase: “cultura não dá dinheiro”. Sendo, assim, não justifica investimentos significativos, não é item importante do orçamento.

Ledo engano! Dados de 2020 divulgados pelo Observatório Itaú Cultural revelam uma participação significativa da Cultura no PIB brasileiro. Naquele ano a chamada economia criativa representou 3,11% do nosso produto interno bruto. RS 230,14 bilhões foram movimentados na área cultural. O setor empregou nesse período mais de 7 milhões de pessoas. Não é pouco.

Segundo o Observatório Itaú Cultural esses números são o resultado da “tendência de valorização do conhecimento, da demanda por criatividade e alteração no padrão de consumo das famílias”.

A pandemia do covid-19 provocou um impacto negativo no setor, mas há uma tendência de crescimento. Para que isso se concretize há necessidade de politicas públicas capazes de gerar investimentos em infraestrutura e estímulos ao consumo de bens e serviços culturais.

Não obstante a palavra “mercado” não gozar de boa reputação em algumas camadas da sociedade, é inegável que o do setor cultural se apresenta atraente. Sem perder sua essência, é claro.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 190 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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