Ao meu Deus interior.

Outono inicio de uma tarde amarela. Este dia tem cor amarela. Embora as nuvens estejam em branco. O sol insiste em não sair. O mundo sempre amarelo? Ela perdeu seu sapato de cristal num parque qualquer de uma cidade. O mundo é real? Nunca sabemos ? Descubro que vivemos mais nosso mundo interior que o exterior? Minhas ambições mundanas não tem fundamentos. Tudo passa eu passarei. Mas sempre estarei aqui. Não quero mais estas repetições de dias sempre iguais. Talvez os dias sejam sempre iguais. Para nos auto analisarmos descobrirmos nossos defeitos e tântalos corrigi-los. Vivemos de uma forma tão mecânica. Estamos bem longe de algo digital. Eu não existo? Tem hora que não quero existir. Mas parece que existo. E agora o que farei com o resto de minha existência. É tudo um grande cotidiano de infindáveis repetições. Parece uma escola onde sempre repetimos o mesmo ano. Sempre sonho que estou num colegial. Mas dias deste este sono avançou e estava numa faculdade em Campos do Jordão. Será que consegui dar um passo além ? Não sei passo meus dias vivendo minha doce ilusão. Não terei poder nem gloria. Mas isto para mim já não faz nenhuma diferença. Prefiro uma boa caminhada num parque de minha cidade qualquer.

Não passo de um soldado de um exercito Brancaleônico. Que busca a felicidade, que também está dentro de mim. Ultimamente passo os dias lendo bons livros, assistindo TV a cabo e tentando acessar a divindade. As vezes tento de forma bem mecânica ai não tem valor nenhum. Repetir mantras de forma mecânica não se acessa nada só se perde o tempo precioso que nunca temos. A metafisica para ser real tem que ser sentida. As vezes um filme que toca nossos dilemas vale muito mais. Pois nossa presença esta ali integralmente. É eu preciso estar integralmente dentro de mim quando canto um mantra e não fora. Meus velhos demônios vão embora. E vem outros demônios para eu decifrar. Sempre estamos com novos desafios. Para pode sair deste imenso labirinto. Descubro um Deus que habita dentro de mim. Ele é eu e ainda não sou ele. Ele sou eu. Sempre fujo de mim mesmo. Ser livre e decifrar-se para não ser devorado. A esfinge vira um leão. O Sol nos ilumina. Quero sair de minhas trevas. E ser iluminado pelo Sol. Uma voz infantil canta dentro de uma caverna escura. Agora ouço choro de bebe. Um cão cheio de sangue me persegue dentro do labirinto. Uma mulher numa alcova tenta me seduzir. A olho de novo e agora a vejo como é um grande demônio. Que eu mesmo criei. Que sempre alimento com meus atos de egoismo. Minhas ambições. Ainda não descobri o mistério do amor. Nunca me vejo refletido no próximo. Viver e nunca decifrar o mundo é estar morto. Ando cercado de mortos. Eu ainda estou morto. Quero morrer para ver a luz nascer dentro de mim. Eu vi mais vida nos trágicos personagens de Despedida em Las Vegas que em mim mesmo. Ele se amaram. Eu nunca nem sequer me amei. Alguém se matar com álcool é diferente de viver morto a vida inteira. Este cotidiano nos sufoca temos que desvenda-lo para não continuarmos mortos. A vida é um eterno cotidiano. Só o amor vence. O amor é não luxúria. A luxúria muitas vezes se disfarça de amor. Mas não é amor. Todos os belos corpos envelhecem e apodrecem mas se ali a amor os casais sempre estarão juntos. Viver não tem fórmula podemos ler toda a filosofia do mundo, ler tudo sobre magia. Saber toda a ciência mas se não experimentarmos de fato de nada adianta. Acaba sendo uma grande mentira. O cotidiano é mistério. Nele a magia basta sabermos enxergar. Deus brinca com a gente vestido de Diabo. Dento de nós a Deus e o Diabo. Viver não passa de um intervalo dentro da ciranda do infinito. Onde fica Pasárgadas não sei. Utopia é uma ilha um continente? Quando retornarei a SHAMBALA . Ainda não sei. O céu continua amarelo. As nuvens branca. O pássaro engaiolado canta … eu também canto pois ainda estou dentro de uma gaiola invisível. Sei que a porta está a aberta. Uma hora desta alcançarei a sabedoria necessária para aprender a voar. E ai chegarei a liberdade? Só o Deus que esta presente dentro de mim o sabe.

Por Joka Faria

2010

João Carlos Faria

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