Da Belezinha à provocação e o corpo em delírio
Ao longo desses anos ouso dizer que acompanhei um pouco a trajetória literária de Vanessa Alves, sua constante investigação sobre o corpo, ou sobre o próprio corpo e seus hiatos literários. Como dizia um grande poeta, poesia é espanto! O primeiro texto poético que li de Vanessa Alves ainda adolescente me causou esse espanto, me trouxe reflexões e a certeza (muito embora uma grande escritora já dizia: Ter certeza é a prova do erro) de estar diante de uma das grandes promessas da nova geração de escritores. Para nós, nada disso é importante, é fato. Dada a nossa indisplicência libertária. No entanto, para me lançar a tal afirmação acerca dessa Jovem escritora, devo dizer que li e reli muitas vezes obras de: Florbela Espanca, Clarice Lispector, Dirce Araújo, a feminista Clarah Averbuk e mais recentemente Karina Buhr. Mulheres de uma literatura intensa, necessária e vibrante. Vanessa lança seu primeiro livro de título intrigante, como não poderia deixar de ser: “Peguei meu Coração e comi”. Rompe com um anti-romantismo literário provinciano, preconceituoso e se lança como uma grande poeta, artista visual e provocadora. Seu olhar sobre o mundo, sobre as nuances do corpo, suas silhuetas, desejos, erotismo fino e embriagante. Nos brinda com uma taça de vinho sobre lençol branco.
Seu trabalho foi censurado inúmeras vezes em plataformas digitais pelo machismo babaca, pelos punheteiros ignorantes sem conteúdo de internet, pelo bem da família e pelo novo modelo fracassado dessa nova sociedade emburrecida e limitada Culturalmente.
Enquanto o corpo cresce em delírio, aguardamos o lançamento desse livro instigante em tempos sombrios dessa poeta que eu chamo carinhosamente de Belezinha…f.s
Fernando Selmer
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