Educadoras em mobilização

 

Educadoras em mobilização

Reflexão Joka Faria, professor João. 

Surgiu nos grupos de whatsapp de professoras, um debate sobre a contratação das professoras eventuais na rede municipal de São José dos Campos SP.
Já redigiram uma carta que coloquei em minhas redes sociais. Este ano está  levando mais tempo para a contratação das professoras e até pensei numa crônica bem humorada Diário de um professor desempregado. A vida profissional não é nada fácil.  Desde meus tempos de estudante vejo grandes greves na Rede Estadual de São Paulo, anos 70, 80, 90. E há alguns anos trabalho na educação e sinto na pele os desafios da educação. Sem nenhum romantismo é uma profissão das mais fundamentais. O desafio na atualidade é enorme. Temos que estudar todo o tempo, cursinhos preparatórios para concurso, segunda graduação, pós graduação, etc. A pressão diária é enorme e sempre foi. Vivemos em tempos interessantes de se viver com grandes transformações. Os Sindicatos estão desatualizados e não conseguem captar as tendências.  Compreendi isso mais aprofundado, lendo sobre o toyotismo.  O mais importante é que desde a pandemia de 2020 há um movimento constante de possibilidades das professoras eventuais se organizarem.
É uma função não muito valorizada nas escolas, sem direito a vale transporte, ticket, com uma carga horária muitas vezes excessiva dando aulas em dois ou três períodos.  Muitas vezes fazendo cursinhos preparatórios para concurso e pós graduação. Concursos em várias cidades. E este aplicativo, o whatsapp, favorece o debate e organização destas trabalhadoras e trabalhadores mesmo sem apoio de sindicatos e movimentos sociais tradicionais. Então vemos novas lideranças surgindo. Até a consolidação desta força.
Uma movimentação espontânea aqui e outra ali e agora uma carta surge ao secretário de educação, que será protocolada em alguns dias. Enfim, sem mobilização não se chega a transformações sociais e se garante direitos à classe trabalhadora. E cabe aos educadores e educadoras se mobilizarem.
João Carlos Faria
Professor, formado em Pedagogia pela Unicesumar
29 de Fevereiro de 2024
Aqui a referida Carta ao Secretário de Educação que na mais recente contagem com mais de cem professoras assinando.
O sr. Secretário da educação de São José dos Campos:

Gostaríamos de expressar nossa profunda insatisfação com a Secretaria de Educação de São José dos Campos em relação ao tratamento dispensado a os professores eventuais da rede municipal. É notório que as escolas necessitam desses profissionais, no entanto, a Secretaria tem limitado a concessão de termos eventuais por escola. Isso tem sobrecarregado os professores que já estão com termo .Os termos liberados são insuficientes, pois constantemente as escolas necessitam de mais eventuais para suprir e no entanto, só quem já está com termo pode atender, não sendo possível devido a carga horária máxima exigida. Com isso causando sérios problemas na educação principalmente na educação infantil, onde a necessidade é ainda maior.  Enquanto outros profissionais qualificados, que prestaram o processo seletivo, permanecem desempregados.

Além disso, há uma prática injusta na classificação dos professores que prestam processo seletivo , onde a lista de espera é reiniciada antes de ser totalmente consumida, prejudicando aqueles que estão no final da lista. Essa situação precisa ser urgentemente revista pela Secretaria, pois é inaceitável que os profissionais sejam tratados dessa forma, especialmente em um contexto tão delicado como o da educação.

É importante que os professores eventuais  que prestaram o processo seletivo também recebam as compensações e benefícios a que todo trabalhador tem direito, garantindo assim condições dignas de trabalho para esses profissionais.

É lamentável constatar que, mesmo em municípios com recursos mais limitados, como Jacareí, os professores eventuais que prestaram o processo seletivo recebem uma atenção e um tratamento melhores do que os oferecidos em São José dos Campos. Os profissionais se sentem desvalorizados e desrespeitados, o que é inadmissível em uma área  tão crucial para o desenvolvimento da sociedade.

Solicitamos, portanto, que a Secretaria de Educação reveja suas práticas e políticas em relação aos professores eventuais que prestaram o processo seletivo, garantindo-lhes condições de trabalho dignas e respeito aos seus direitos. A valorização e o respeito aos profissionais da educação devem ser prioridades em qualquer administração pública.

Atenciosamente,

Professores: (assinem abaixo)

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