Entrevista com Raquel Campelo

Entrevista com Raquel Campelo

Como música de qualidade é uma de nossa pautas mais importantes, o Entrementes entrevistou a jovem e talentosa cantora brasiliense Raquel Campelo, que recentemente lançou seu primeiro EP, intitulado “Nostalgia”, com uma sonoridade poética que abraça o indie folk… acompanhem:

Raquel, fale um pouco para nós como foi passar um tempo na Califórnia, se apresentando em diversos locais e podendo se desenvolver ainda mais como artista.

Bom, posso dizer que essa experiência na Califórnia mudou completamente o rumo da minha carreira. Não vou dizer que foram dias fáceis, passei por muitos perrengues e dificuldades, ir para outro país, longe de tudo e de todos em busca de um sonho é um grande desafio. Mas foram exatamente todas essas dificuldades que me fizeram entender o caminho que eu deveria seguir. Fui conhecendo pessoas, gravei a primeira vez na minha vida em um estúdio quando estava lá, ganhei os meus primeiros centavos tocando em alguns cafés, restaurantes, bares, enquanto o que eu estava buscando lá era nada
além de experiência. Foram vivências que me proporcionaram mais confiança no meu trabalho, me deram abertura para me conhecer melhor, me fazer entender por onde eu deveria ir e no que eu deveria focar quando voltasse para o Brasil. Eu trabalhava como caixa de um restaurante durante o dia e a noite tocava, cresci muito com várias situações que passei, mas valeu a pena, faria tudo de novo!

Você foi soltando aos poucos o “Nostalgia”, e agora com ele completo, como está sendo a receptividade do EP? E podemos esperar um full-length a médio prazo?

“Nostalgia” é um trabalho que tenho muito orgulho, foram 2 anos de muitos altos e baixos para poder finalizar essas músicas, mas acho que no fim aconteceu no tempo certo e a receptividade até hoje tem sido muito boa, confesso que me surpreendi. Não pela quantidade de pessoas, porque meus números ainda são pequenos, mesmo eu tendo um crescimento de público após o EP, ainda não são números tão grandes, mas o que de fato me surpreendeu foi o quanto essas músicas tocaram profundamente algumas pessoas. Eu tenho tido feedbacks de pessoas que mandam mensagem me agradecendo e dizendo que as músicas ajudaram elas a passar por momentos de ansiedade, depressão, problemas pessoais com suas famílias e isso me deixa extremamente grata por esse trabalho, é isso que me faz sentir que estou indo na direção certa. No momento estou focando mais em lançar singles, mas com certeza quero um full-length mais para frente! E uma coisa podem esperar para os próximos lançamentos: muita mudança, muito pop e muitos recursos eletrônicos, que eu até já havia usado um pouco em “Nostalgia”, mas que agora vai vir com tudo!

Suas músicas são bastante pessoais… acha que essa característica te aproxima mais de seu público? Em tempo, minha preferida é Lake Song, cuja melodia parece nos acariciar quando a ouvimos.

Claro, com certeza! Eu costumo conversar bastante com o meu público, temos uma relação de amizade mesmo e as vezes eu sei o tanto que eles precisam que eu os escute. O fato das minhas músicas serem tão pessoais é um fator que com certeza faz com que eles se identifiquem comigo, com a minha história e isso nos aproxima.

Adorei a capa de Nostalgia… tem algo de transcendental nela que achei que casou perfeitamente com seu trabalho. Quem é o artista que a fez e como vocês chegaram a esta imagem final?

Eu sou simplesmente apaixonada por essa capa! A artista que fez esse trabalho lindo foi a Fabrizia Posada (instagram: @fzzpsd).

A ilustração é bem conceitual e cheia de significados. Quando conversei com ela a primeira vez disse que queria algo que tivesse os triângulos da minha logo que indica a simetria e a minha conexão com as pessoas que estão presentes nas letras das músicas. A Fabrizia usou a geometria sagrada como referência estética, o 6 de copas do tarô pra juntar os dois triângulos (somando 6 pontas) para criar a ampulheta que indica o tempo. Coincidentemente, o 6 de copas é uma carta que fala sobre nostalgia, sobre a necessidade de retornar a tempos mais felizes. Tudo parece que se conectou muito naturalmente e chegamos nesse desenho.

Tens um projeto muito interessante em seu canal, chamado “Remake”. Gostaria de falar um pouco sobre ele para nós?

Claro, gostaria! Bom, desde o as férias do ano passado eu havia colocado na minha cabeça que queria aprender mais sobre produção musical, comecei a ver alguns vídeos, a mexer em algumas coisas no programa, até que descobri alguns youtubers que estavam fazendo esse tipo de conteúdo de refazer a produção de uma música e achei sensacional a ideia! Mas ainda não me achava pronta pra fazer aquilo. Quando começou a pandemia, alguns shows meus foram cancelados e eu me vi em casa com aquela dúvida né “E agora?” Comecei então a usar esse tempo para tentar produzir música, quando eu vi que já estava sabendo pelo menos o básico resolvi soltar isso na internet pra ver no que dá e o feedback do público foi incrível! Eu realmente não imaginava. Confesso que fiquei com medo por ainda ter um conhecimento muito raso de produção musical, mas eu tenho aprendido muito mais fazendo o conteúdo. Além de poder conversar com o meu público na parte inicial do vídeo e mostrar mais um pouco quem eu sou. Estou muito feliz com os feedbacks e o crescimento desse projeto.

O quanto a pandemia que nos castiga atrapalha uma carreira ainda no início como a sua? Ou a tecnologia consegue contornar este problema?

No início foi meio desesperador, shows foram cancelados, meus planos de gravar clipes pros próximos singles tiveram que ser adiados. Mas acho que estou conseguindo me adaptar bem nesse momento, buscando novas soluções e conteúdos. Os remakes são a prova disso! Tenho buscado fazer mais lives também, porém nada mata a saudade de estar nos palcos.

Seu estilo combina perfeitamente com as letras em inglês, o que ainda por cima irá ajudar sua carreira a ser internacional… mas podemos esperar ao menos algum bônus track cantado em português?

Claro, estou com planos para lançar projetos em português também, já até saíram uns rascunhos 😊

O espaço agora é seu caso queiras ponderar sobre algo que não tenhamos conversado nessas linhas, ou mesmo reforçar algo já dito:

Quero agradecer aqui a Entrementes pela entrevista e dizer que fiquei muito feliz de compartilhar com vocês um pouco da minha história.

Eu amo o que eu faço, amo a motivação que a música me proporciona todo dia quando eu acordo. O que eu mais busco é conectar as pessoas com as minhas histórias de forma que eu possa ajudá-las de algum jeito. É gratificante demais quando recebo uma mensagem de alguém falando que a minha música ajudou a passar por um momento de ansiedade, de depressão. Isso com certeza é a minha maior inspiração, poder ajudar e me conectar com as pessoas que gostam do meu trabalho!

Muito obrigada!

http://smarturl.it/NostalgiaRCampelo

 

Bem, este foi o nosso bate-papo com Raquel Campelo, dona de uma voz aveludada e de um talento inequívoco!

Conectando ideias, conectando sempre música da melhor estirpe!

 DALTO FIDENCIO
 Nil Satis Nisi Optimum

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