Entrevista com Trenches of Fire

TRENCHES OF FIRE
Amor e Dedicação ao Heavy Metal

Por Cléber Crispim

Considero incrível o fato de um estilo musical, criado e popularizado na segunda metade da década de 70, ter atravessado décadas e gerações e chegado aos nossos dias com uma imensa legião de fãs pelo mundo, indiferentemente de idade, etnias, etc… Bandas lendárias como Iron Maiden, Black Sabbath e Judas Priest representam atualmente o mainstream deste estilo, que desperta a paixão nos jovens, que buscam nas músicas e letras algo que possam corresponder com seus medos e dúvidas a respeito de suas próprias existências… Em um cenário com milhares de excelentes bandas, encontramos os cariocas do Trenches of Fire para um interessante bate-papo sobre passado, presente e futuro desta que desponta como uma revelação do Heavy Metal nacional

1 – Em que ano a banda foi formada??? Como foi o início de tudo??? Pelo que parece, no início vocês sofreram muito com problemas no line up da banda… Conte-nos sobre isso…

IBIRAN SANTOS:  A banda foi formada em Novembro de 2007 em Duque de Caxias RJ, o início da banda é um história bem legal, eu já tinha tocado em diversas bandas de garagem, mas nada com muita seriedade. Após uns anos resolvi focar apenas nos estudos de guitarra. Um certo dia após um evento estava conversando com meu amigo Berg Shuwstenberg (ex- baixista)  resolvemos montar uma banda de metal, resolvi chamar o baterista Giovane Robertson que estudava na mesma escola de música que eu.  Berg chamou um outro guitarrista que ele conhecia, Edward e começamos a ensaiar, montamos um repertório cover. No início ainda não tínhamos um vocal, depois de dois meses conseguimos achar o vocalista Adriano Rodrigues, a partir daí começamos a  compor algumas músicas, e  passamos a tocar em alguns eventos e shows pela região.
IBIRAN SANTOS: Acho que isso é um problema que assombra diversas bandas. As vezes você consegue bons músicos para o projeto mas o cara não se dedica ao máximo para fazer a coisa Fluir, ou simplesmente não tem o mesmo pensamento e objetivo dentro da banda e isso acaba gerando conflitos, tornando um trabalho prazeroso em estressante, então as vezes mudanças são necessárias para as coisas caminharem.

Ibiran Santos
2- E como vocês chegaram ao nome Trenches of Fire??? Há algum significado especial por trás do nome da banda??? 

IBIRAN SANTOS:  O nome foi ideia minha, na verdade eu já tinha o nome em mente antes de ter formado a banda, ele veio da ideia de duas músicas maravilhosas da banda Dr.sin “Down in the Trenches” e “Fire”, pensei Trincheiras de fogo é um nome bem legal para ter numa banda rsrs.

3- Então a formação da banda só se firmou em 2018…??? Em 2018 vocês gravaram um single debut chamado “The Last Guardians”… Como foi o processo de composição do single???

IBIRAN SANTOS: Na verdade 2018 foi o recomeço, me juntei com o Polibio e começamos correr atrás de músicos, e também a entrar em estúdio para gravar nosso material, em 2019 que realmente conseguimos firmar a formação da banda.
IBIRAN SANTOS: “The Last Guardians” foi uma música que fizemos uma readaptação da letra, era uma música que criei em 2010, quando entramos em estúdio foi até rápido para gravar, afinal já tínhamos ela praticamente pronta.

4- E como foi a sensação de estar em estúdio trabalhando material autoral??? Conte-nos sobre o processo de produção do single…Logo depois, em 2019, vocês gravaram outro single, chamado “The Valley of the Lost Souls”… Conte-nos sobre a diferença entre o primeiro trabalho e este em particular…

IBIRAN SANTOS: Cara, é uma sensação maravilhosa, você ter a oportunidade de ver seu trabalho sendo concluído dá um orgulho imenso, o processo de produção da música foi muito bem feito pelo nosso amigo e produtor musical Thiago Freitas, conseguimos desenvolver diversas ideias para deixar a música mais elaborada, com peso e ao mesmo tempo épica com as ideias melódicas de teclado, acho que o resultado ficou excelente.

POLIBIO AGUIAR: A principal diferença tem haver com o tempo que levei para gravar a voz para esse single. Com menos takes e com muito mais preparo a respeito de confinamento em estúdio e concentração, sem falar na diferença temática, já que o primeiro single faz uma abordagem histórica específica e esse, trata de um tema mais genérico quando se fala de guerras, sendo bem mais abrangente.

Políbio Aguiar
5- Particularmente, já assisti algumas lives sua no Facebook cantando alguns covers e percebi uma grande influência, no que diz respeito a timbres, de André Mattos no seu trabalho vocal… Conte-nos sobre essa influência… 

POLIBIO AGUIAR:  Eu ouço os trabalhos do Andre desde meus 11 anos de idade, foi inclusive quando decidi ser vocalista. Foi uma característica musical que consegui ao longo de muitos anos incorporar naturalmente ao meu próprio estilo de cantar e compor, e me sinto feliz e confiante por trilhar esse caminho, haja vista que Andre é um grande mestre. Além do mais, tive o prazer de me encontrar com o Andre algumas vezes e ele sempre demonstrou ser um grande ser humano. É sem dúvidas alguém que fará muita falta não só para o rock, como para a música de um modo geral.

6- Como foi o processo de produção de “The Valley of the Lost Souls”??? Houve evolução em relação ao trabalho anterior???

IBIRAN SANTOS: Sim, houve uma grande evolução principalmente para nós da banda, já tinha passado todo aquele nervosismo e ansiedade do início do processo de gravação e a coisa fluiu ainda melhor, ela e uma música com a uma temática bem impactante, um instrumental mais cadenciado o que proporcionou um destaque ainda maior para o vocal.

7-  Agora em 2020, vocês estão lançando um EP entitulado “The Bloody Pages of History”… Como foi o processo criativo que culminou neste EP…??? Falem-nos a respeito disso…

POLIBIO AGUIAR: Todo o caminho que levou a formulação das músicas como elas estão hoje, se deve a uma série de fatores desde o formato original dessas canções ao longo dos anos, somando-se as influências de todos nós, como a própria temática original das canções. Sem dúvidas nesse trabalho, somamos uma gama maior de esforços e concentração para trabalhar de forma meticulosa sobre cada detalhe da virtuose encontrada nesse EP. De modo que não poderíamos deixar de destacar a maestria do nosso produtor Thiago Freitas.

IBIRAN SANTOS: Esse EP foi o resultado da evolução da banda no passar dos anos, as músicas foram sendo lapidadas, conseguimos agregar as nossas influências junto ao formato original das músicas e chegamos a esse resultado. Esse Ep representa a evolução da banda, tivemos também uma grande evolução técnica, conseguimos ter nas músicas a junção do Clássico ao moderno , músicas com variações e peso mesclado a Riffs melódicos, duetos de guitarras como fazem as bandas clássicas do estilo

8- Pelo que percebi, o lado lírico da banda foge um pouco do clichê de bandas de heavy melódico com fantasias e dragões e decide seguir uma linha mais histórica e épica, como os suecos do Sabaton… Conte-nos sobre isso…

POLIBIO AGUIAR: Na verdade a gente buscou referências bem mais antigas, na linha do próprio heavy metal tradicional, como por exemplo, o Iron Maiden que em diversos trabalhos, fez menções históricas contundentes, sendo que até nas nossas capas, o objetivo foi causar um espanto em quem esperava algo previsível já conhecendo a nossa sonoridade. Ou seja, pra quem não ligar para a letra e ouvir o nosso som sem uma referência temática, poderá associar nossa música a qualquer tema exaustivamente conhecido dentro do chamado “metal melódico”. O impacto de diferença acaba se dando quando as artes das capas são acompanhadas de uma atenção quanto as letras. Mas já deixamos claro que não estamos presos a um tema central, porém nossos álbuns e EPs seguirão conceitos fechados.

IBIRAN SANTOS: Resolvemos pegar um caminho pouco diferente de muitas bandas do estilo, a história é muito rica e te dá um gama de assuntos para composição. Nesse trabalho resolvemos falar sobre guerras, talvez em um próximo o tema possa ser diferente , não queremos nos prender apenas a um assunto.

9- Musicalmente falando, quais as principais influências musicais que o Trenches of Fire tem diluído em sua sonoridade…??? Como guitarrista, quais os guitarristas que você acha que o influenciaram em seu estilo particular…???

IBIRAN SANTOS: Acho que na banda conseguimos juntar as linhas do Power metal clássico de bandas como Helloween, Blind Guardian, Stratovarius, com um toque de metal progressivo de bandas como Dream theater,  Symphony X e Angra, creio que são as maiores referências para o nosso som.

IBIRAN SANTOS: Sou fã do trabalho de diversos guitarristas mas tenho 4 em especial que sempre procurei me espelhar para aprimorar minha técnica, composições e etc.

Edu Ardanuy (ex Dr.sin)
Timo Tolkki ( ex Stratovarius)
John Petrucci ( Dream theater)
Yngwie Malmsteen.

10- Li uma matéria que vocês receberam elogios de Luís Mariutti, um dos mais influentes músicos da cena Heavy Metal nacional… Como receberam tal elogio???

POLIBIO AGUIAR: Foi um momento crítico da banda, quando nosso primeiro single “The last guardians” sofreu um ataque maldoso de bots no YouTube. Luis Mariutti e sua esposa Fernanda mandaram para nós uma mensagem de apoio que está até hoje em nosso canal, como sinal da nossa gratidão e como tal apoio foi importante para a gente. Além do que, minha ligação, mesmo que intermediária com o Luis e todos do Shaman se deve ao fato da campanha pela volta do Shaman que eu e meus amigos iniciamos no Facebook e os Mariutti se mostraram bem empolgados com essa ideia do retorno, que foi a chave para a volta da banda. No final de 2019 eu tive o privilégio de ter um contato bem mais próximo quando toquei numa jam com o Luis e sua banda Dirtz dogs, num evento intitulado Festa da firma, organizado pelo Mariutti team.

IBIRAN SANTOS:  Foi uma honra imensa receber um elogio desse grande nome do nosso metal nacional, tivemos um problema com o ataque de bots no YouTube alguns dias depois do lançamento da música “The Last Guardians”, o Luís e a Fernanda foram bem legais falando sobre esse fato no canal deles, elogiando nosso som e nos dando apoio.

11- Quais os planos futuros para o Trenches of Fire…??? 

IBIRAN SANTOS: O nosso foco agora é a finalização do nosso álbum para podermos começar a fazer nossos shows, bom também já estamos conversando sobre a produção de um vídeo clipe banda.

POLIBIO AGUIAR: A principio lançar nosso tão aguardado primeiro álbum e com isso, ter um portfólio para conseguir shows.

12- As linhas finais são de vocês para darem seu recado aos fãs e àqueles que não conhecem a banda…

POLIBIO AGUIAR: Quero agradecer aos nossos fans, tanto os antigos como os novos, em especial quero agradecer ao Leonardo, mas conhecido como Bode, ao Ederson Leão, são pessoas que nos ajudam  divulgando  nosso som em seus respectivos canais no youtube. Quero agradecer aos Mariutti e toda família mariutti team pelo apoio de sempre a diversas bandas e artistas.
Acompanhem a banda, pois estamos apenas começando, nos ajudem a chegar em 1000 inscritos no youtube e participem do nosso apóia-se.

IBIRAN SANTOS: Queria agradecer a todos que seguem a nossa banda nas redes sociais, galera está sempre nos dando apoio, também quero pedir a quem ainda não conhece a banda que procure o nosso canal no YouTube ouçam no Ep, e se inscrevam para sempre ficarem por dentro de todas as novidades da banda. Temos também  a nossa campanha do apoia-se para quem quiser ajudar ainda mais a banda.

FORMAÇÃO:
Polibio Aguiar – Vocais
Ibiran Santos – Lead Guitars
Rick Soares – Lead Guitars
Tony Lima – Bass Guitar
Tadeu Filho – Drums
DISCOGRAFIA
*The Last Guardians (2018)
*The Valley of the Lost Souls (2019)
*The Bloody Pages of History (2020)
LINKS
2020

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