Itamara Moura apresenta “Rabo de Galo”

Itamara Moura apresenta “Rabo de Galo”

Por George Furlan

 

Itamara Moura congrega em si o sublime feminino, a força da mulher que atua na família e na sociedade. Sua trajetória se dá entrementes à luta pelos direitos dos trabalhadores. Como autora e contadora de histórias já percorreu vários espaços, sempre no sentido de valorizar a cultura popular, principalmente no que se refere à infância, à memória, ao brincar.

Itamara é a nona filha do Seo Nelson e da Dona Maria. Formou-se em História e fez pós-graduação em Ensino de Português e Literatura. É bancária e escritora, autora dos livros: Lá Em Cima do Piano Tem Um Copo de Veneno, Contos e Causos do Zé Mirinha, Salada de Alcachofras e O Gato. É casada com Lúcio Carvalho, tem dois filhos, Fernanda e Elisa, e um neto: Cassiano.
Lançou no sábado, dia 2 de abril, na Casa de Cultura Caipira Zé Mira – Av. Olívo Gomes, s/n – Vila Zizinha, seu mais recente trabalho: Rabo de Galo, que nasceu da vontade de registrar, recontar a memória da família e a relação com a cidade. O livro surgiu a partir do conto, que dá nome à obra, que conta um drama familiar. Rabo de Galo, esclarece a autora, é um biografema, conceito forjado por Roland Barthes, escritor, filósofo e crítico literário francês, e que pode ser compreendido como um perfume de vida real na obra literária. Em um biografema o limite entre realidade e imaginação é inatingível.
Segundo Luan Queiroz, do portal Leituras Contemporâneas, é briogafema um texto em que há a tentativa de buscar na vida que está sendo escrita, uma verdade singular, uma essência, como se realmente houvesse uma verdade maior, soberana sobre a existência de alguém, que após um grande esforço, pudesse ser alcançada e finalmente reportada.
A escritora mantem parceria com a Casa de Cultura Zé Mira e a família, numa relação que envolve mutua admiração e afeto. Afeto. O lançamento de Rabo de Galo foi um encontro de muito afeto, com pastel, bolinho caipira e a bebida: rabo de galo, preparada pelo Lúcio Carvalho. O que recriava o universo da pastelaria dos pais da Itamara. A pastelaria é o palco para o resgate dos causos e dá cor, cheiro e sabor ao livro.
Rebo de Galo, é uma declaração de amor à cidade, à família, à vida. É uma organização de contos que são escritos quase sempre em primeira pessoa e envolve personagens reais e folclóricos, nesse cenário que nos une, São José dos Campos e o Banhado, XV de Novembro, Mercado Municipal. O livro reúne as narrativas de: Roberto Cursino de Moura, José Aparecido de Moura, Nadir das Dores de Moura do Amaral, Claude Mary de Moura, Henrique Nelson de Moura, Maurílio Calvo Filho, Maria Angelina Teixeira Escobar, Dirce de Moura e Lia Caboclo de Moura. E é editado pela filha da Itamara, Elisa Moura de Carvalho, que nos diz:
Na virada de 2019 estávamos mais uma vez na casa da tia Claude compartilhando histórias, comidas maravilhosas e o tempo, essa preciosidade… “Eu, ávida por saber mais sobre a minha origem, perguntei sobre ela, minha avó, Dona Maria, a quem não tive o privilégio de conhecer. De pronto, comecei a ouvir relatos que contavam sobre a bondade dessa mulher de olhar sereno e imensa calma, de seu apoio incondicional em todos os momentos da vida dos filhos, do carinho que era compartilhado em pequenos gestos cotidianos. Eu só conseguia pensar, “que pessoa terrível!”. A emoção, claro, rolou solta. Falamos de sua morte, de arrependimentos, sentimentos de culpa, saudades oceânicas… Sem que percebêssemos, o dia amanheceu e iniciamos o ano com a certeza de que ela havia estado ali naquela madrugada. Começamos 2020 com aquele ânimo extra que, incautos, nem sabíamos que seria necessário”.
Rabo de Galo é uma viagem no tempo, por meio dos relatos, retratos… Através da história dessa família de autores/escritores. A memória afetiva é um campo sagrado do imaginário, ocupa um lugar que já não está nem é, que faz parte de realidade e não mais faz. É fonte de criação. Por isso e por tratar da vida social da gente, das crenças e costumes, das paisagens da época, possui inestimável valor histórico .
 – Veja seu caso: você, ontem mesmo, era um bebê, usava fraudas, mamadeiras, chupetas, e, hoje, já é um homenzinho. Com a cidade também é assim, ela vai crescendo e mudando. Quem passa à noite por este centro, principalmente nos finais de semana, hoje o encontra assim, quase deserto. Vida aqui só nos dias de semana. Aí, sim, o comércio, os camelô, os bancos, fazem a cidade ferver. Mas isso não foi sempre assim.
– Não?
– Não. Houve um tempo em que as pessoas que aqui viviam saíam de suas casas nas noites de domingo só para passear no centro da cidade. Umas iam à missa, outras ao cinema e, depois, punham-se a passear. As moças andavam no meio da rua, em grupos de três ou de quatro, enganchadas umas às outras. Iam e vinham sem parar, enquanto os moços ficavam parados nas calçadas conversando e olhando. 
Para adquirir o livro entre em contato com a autora Instagram: moura_itamara. Ou com a editora:

 

 

 

Alguns momentos do Lançamento do Livro “Rabo de Galo” na casa de cultura Zé Mira em São José dos Campos

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