O Museu do carro de boi – Museu com cara de roça. -

(Colocando abaixo, uma antiga entrevista)

O Museu do carro de boi – Museu com cara de roça.

Por Maynara Moura

Os Museus são locais que nos fazem vivenciar a história de um jeito muito peculiar. Uma sensação nos emociona e já nos tornamos eternos.

Deve-se ouvir os objetos envelhecidos. O que eles teriam para contar? Você deve ter sentido isso alguma vez ao visitar um museu, essa sensação de estar a descobrir coisas sobre cada material exposto. Patrimônio material ou patrimônio imaterial? Os museus possuem as duas coisas, pois estão sempre a falar de cultura, modos de existência, costumes, visões de mundo. Descobri o Museu do Carro de Boi, aqui mesmo, no site da Revista, visitando uma matéria postada em 2018. Nela é possível ler a entrevista da administradora do Museu, Bernadete Costa, filha do carreiro e carpinteiro, Joaquim Pereira Costa, Senhor Quim, que deu nome ao Museu. O Museu do Carro de Boi, fica na cidade de São Bento do Sapucaí, estado de São Paulo, em plena serra da Mantiqueira. Como muitas cidades do interior paulista, essa possui a trajetória marcada por belas estradas que ajudam a contar a história dos carros. Lá tudo é memória e tradição, mas a pintura do artista Guilherme Mogli, faz o local ganhar características bem modernas, visto que sua arte se enquadra no estilo que denominamos graffite. Nos chamou a atenção a forma como o Guilherme construiu o mural na entrada do Museu. Seu talento, nos fez procurá-lo. Ele, então, nos concedeu essa entrevista.

Novo espaço no Museu do carro de boi.

Painel pintado por Guilherme (as fotos fazem parte do acervo pessoal do artista).

ENTREVISTA

Você como jovem e artista, como vê o impacto que esse museu tem na região?

Guilherme Mogli: Este museu tem um grande valor para a preservação da história local e da cultura de nossos antepassados, que utilizavam o carro de boi para fazer a vida caminhar para a evolução. Ao resgatar e preservar todas essas memórias, os que vivenciaram parte dessa época acessam lembranças no fundo de seus baús, simultaneamente possibilita que as futuras gerações possam conhecer e aprender sobre todos esses ensinamentos que os antigos tinham.

Observei seu trabalho no muro do museu, artisticamente há ligação com o trabalho do museu? O que te inspirou?

Guilherme Mogli: O painel foi projetado para transmitir uma mensagem nostálgica para quem passasse por ali. Em primeiro plano temos o retrato do Sr. Quim Costa, personagem principal de todo esse conto que eu queria retratar, com seu olhar sereno sobre toda a cena como se soubesse de tudo o que está se passando. Tenho também a intenção de evidenciar o dia-a-dia do tropeiro, do trabalhador na roça, desde o carregamento dos carros até o transporte da plantação pelas estradas. Com São Bento do Sapucaí ao fundo, temos a riqueza natural e paisagística abundante retratada por árvores nativas, a Pedra do Baú e seus morros.

Infelizmente não é comum o hábito pela visita em museus, nem como a manutenção de muitos que por várias razões, fecham as portas. Como você vê essa situação diante da pandemia?

Guilherme Mogli : Vejo que todo setor artístico, cultural e de entretenimento foi modificado e vem se transformando de forma positiva para alguns e negativa para outros. A tecnologia nos possibilita andar por museus online sem que precisemos nos deslocar até o local, galerias de arte tiveram de se remodelar para formatos de drive-thru e pelas ruas vemos cada dia mais graffitis e murais pintados proporcionando livre acesso da arte para população sem precisar de ingressos, por exemplo. É um momento para se reinventar e usar a criatividade na maneira com que produzimos e consumimos arte.

VÍDEO DO PAINEL

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Quer saber mais sobre o trabalho do Guilherme?

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Instagram: @guimogli

Acompanhe a página, e o site do Museu que atualmente passa por reforma interna, e já que é impossível visitas presenciais, em virtude da pandemia as virtuais pode se tornar mais e mais frequentes.