O princípio da integralidade

Hippocrates and Democritus – Pieter Pietersz Lastman Oil on panel, 111 x 115 cm -1622 Musée des Beaux Arts, Lille

O  PRINCÍPIO  DA  INTEGRALIDADE

A filosofia da integralidade, também chamada de Holismo (do grego, “holos”, que significa inteiro ou todo) encontrou guarida no pensamento moderno. Seu princípio básico é que “o todo é maior que a soma de suas partes”. Jan Smuts, em seu “Holismo e Evolução”, afirma que em organismos vivos, como animais, por exemplo, pode haver sangue e ossos, mas sua  vida é mais que a soma dessas partes. São manifestações de uma força interior que mantém sua coesão e integralidade funcional. Um organismo vivo depende de seus componentes, mas sua identidade os transcende. Vai além da combinação de suas partes. Segundo Smuts, o princípio do Holismo também ordena o mundo do espírito.

Hoje em dia fala-se muito em medicina holística, ou seja, aquela que trata as enfermidades a partir de uma visão integral do ser humano, considerando seus aspectos físico, mental, emocional e espiritual. Segundo essa visão, quando se cuida apenas do corpo físico, na verdade o cuidado abrange somente os sintomas, os efeitos. As causas reais da doença se encontram nos outros três aspectos. Uma curiosidade: a palavra inglesa “health” (saúde) tem sua origem no termo anglo-saxônico “hale”, que significa integralidade ou globalidade. A palavra “holy” (sagrado) provém da mesma raiz. Assim, podemos entender que “ser saudável” significa “ser integral”.

É inegável que muitas enfermidades preocupam e atormentam os seres humanos. Mas, podemos considerar que a mais grave doença dos tempos modernos, causadora de tantos males, é o  pensamento dualista e fragmentado. Pensamos, principalmente nós, os ocidentais, de modo atomista. Enxergamos o mundo e tudo  que ele contém, dividido em partes, quantificáveis e isoláveis; reduzimos os “todos” e seus componentes no afã de controlá-los. Isso vale igualmente para o organismo humano, para as sociedades e para as organizações.

Parece que somos enfermos física, mental e emocionalmente porque caminhamos no contra fluxo da natureza que, por sua vez, está constantemente criando novas totalidades.

O homem moderno interfere agressiva e ignorantemente no curso natural das coisas, e as consequências não tardam. A recuperação da saúde e  do equilíbrio depende de um esforço em alinhar-se e harmonizar-se com as Leis Cósmicas em todos os âmbitos da vida.

Eis, então, um desafio que se  nos apresenta: tornar real a Unidade entre nós e o Universo.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 189 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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