Saci-Pererê tem seu dia…

Saci-Pererê

O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.

O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.
Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.

Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.
A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.

Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.
Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.
Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.

Fonte: http://www.brasilescola.com/

Saci-pererê

Entre os mitos criados pela imaginação popular sob a inspiração do medo, o Saci-pererê cativa pela ingenuidade e vale ser relembrado pelo seu sentido de admoestação. Criação original de nosso folclore, embora aparentado com os gnomos dos bosques germânicos, o diabinho brasileiro dá forma ao espírito polimorfo do nosso povo, cuja veia cômica foi plasmada essencialmente pela ironia concentrada dos índios, o riso infantil dos africanos, a patuscada dos portugueses, a alegria de viver dos italianos. O Saci-pererê é tudo isso e mais o gênio tutelar das florestas, sempre alerta como o “quero-quero” dos pampas. Moleque de gorro vermelho na carapinha, perneta de andar saltitante, segurando um pito entre os dentes, travesso e temível, mas nunca perverso como o Curupira, o Saci se diverte trançando rabos e crinas de cavalos, assobiando no escuro, escondendo objetos ou atiçando brigas de namorados. Mas é só ouvir o crepitar em perseguição dos que, por inconsciência ou ganância, assassinam as árvores e criam desertos. Assustados pelo pequeno demônio que deita fogo e fumaça pelos, os destruidores da mata fogem ou acabam bracejando desesperados no mar verde de clorofila. Mas, nos tempos que correm, parece que o buliçoso guarda-florestas anda meio desanimado. Já não defende as árvores da sanha criminosa do machado. Impotente, virou fatalista: – “Num diante fazê mais nada”… Brejeiro, incapaz de concentrar-se no sofrimento, dá-se todo às suas molecagens. Monta num potro chucro e vai chispando pelo pasto afora, até deixar animal derreado. E então se põe a rir, a rir como doido. Pobre Saci-pererê! Talvez rias para não chorar…
Texto de Valentim Valente

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