Sarau do Vale

Por Gustavo Souza Silva

Há tempos o SESC de São José vem trazendo o evento Sarau do Vale – sempre a cada última terça-feira do mês, vindo sempre com um assunto diferente à pauta e artistas diferentes para brindar o sarau com sua história e sua poesia ou música. Já vi em alguns dos Saraus do Vale assuntos sobre poesia marginal, transexualidade e afins. E nesta última terça-feira (30/05) nós tivemos a presença de dois escritores que falaram um pouco sobre suas respectivas histórias e sobre um tema importantíssimo àqueles que tem  interesse em viver da escrita: O mercado editorial.

 E uma das personalidades que dissertou sobre poesia, mercado e afins foi o Pedro Gabriel, poeta e autor do livro “Eu me Chamo Antônio”, este ficou famoso pelo seu tom diferenciado, no caso, os pequenos poemas manuscritos em guardanapos. E durante o sarau, o Gabriel, além de falar de como chegou a sua carreira literária, comentou sobre seu novo livro, com poemas um pouco maiores e temáticos. Já o Wilson Gorj nos falou sobre como se tornou dono da editora Penalux e sobre como é o mercado editorial sob um ponto de vista profissional – e às vezes até falando em números. Devo ressaltar a importância dos assuntos discutidos, afinal, aqueles que aspiram em algum dia viver da própria escrita, até mesmo publicar livros, puderam ver como é o mercado que eles anseiam por entrar – algo que muitos não têm ideia de como é. E neste bate-papo, por intermédio do jornalista Fábio França, que conduziu as questões, o sarau mais informativo se seguiu.

Enquanto isso havia no telão atrás deles a exposição de vários versos escritos pelas próprias pessoas que ali assistiam ao bate-papo, o que deu uma oportunidade boa aos mais tímidos de apresentar sua poesia às pessoas. Já aos que possuem um pouco mais de coragem, houve também momentos de microfone aberto em meio às discussões literárias. E este foi, de certo, um dos momentos mais esperados para alguns, afinal, microfone aberto sempre dá a chance das pessoas irem à frente e ler suas poesias e fazer a propaganda de suas páginas de poemas e afins. Nisto várias pessoas conhecidas no meio poético da cidade foram à frente, como a Clarice Sabino, do Coletivo À ParteDouglas Salles, um dos fundadores do Coletivo In-Verso e por último, José Moraes Barbosa, mais conhecido como Poeta Moraes.

E ao término do sarau, após duas sessões de microfone aberto e uma discussão interessantíssima entre os autores e o intermediador, foi aberta uma sessão de autógrafos e fotos, principalmente para o Pedro Gabriel, pois boa parte de seu público é jovem. Talvez um dos momentos mais esperados entre os que possuíam seu livro – creio eu. Concluindo este texto, este foi um sarau muito bom, tanto pela leitura e pelo microfone aberto quanto pela discussão que tomou a maior parte do evento. Afinal, seria difícil não perceber os olhares atentos e o silêncio respeitoso durante toda a extensão do Sarau do Vale.  E espero, de coração, que muitos poetas que ali estavam possam ter seus livros publicados.

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