Um adeus a América Latina – continuamos latrina

 

Um adeus a América Latina – continuamos latrina

Joka Faria decifrando o hemisfério sul

O que é escrever diante de tanto caos? O marketing venceu as eleições na Argentina. Millei é produto de marketing. Lideranças construídas, assim como os programas de auditórios. O uso das redes sociais. Quantas guerras e não temos paz. Instituto Millenium, Brasil Paralelo, faculdades à distância de fundo de quintal. É estranho um país como a Argentina, diferente do Brasil, que tem um povo que se instrui. Aqui temos uma educação conservadora travestida e maquiada de construtivista. Raras são as bibliotecas populares. Numa matéria na Argentina vi diversos espaços comunitários. Como resistir a este liberalismo se o individualismo faz parte de nossas vidas? Uma instituição como o Sesc fecha no sábado às 19 horas, quando poderia ser 24 horas de sábado para domingo, com diversas ações coletivas e reflexivas.
Infelizmente prevejo este fracasso daqui uns 3 anos no Brasil, pois nossas atitudes coletivas não estão sendo repensadas. Só falta a extrema direita encontrar seu personagem e fazer sua maquiagem com ajuda da grandiosidade da mídia.
Nossas redes sociais são uma ilusão. O Brasil não está mexendo na educação. O processo é lento, quase uma batalha perdida. Saudades da América Latina. Cada vez mais compreendo as metáforas de “Cem Anos de Solidão” de Gabriel Garcia Marquez o dia a dia nos mostra esta realidade fantástica.
A esquerda perdida nas pautas identitárias, quase sem ação nas ruas; ou nenhuma ação nas ruas. As periferias sempre esquecidas. Não temos um trabalho de base. Construção de Pontos de Cultura, resistência às nossas ignorâncias. Sem saídas coletivas, continuaremos no inferno capitalista. O diabo está travestido de bons sujeitos dos programas de auditório. Pequenas resistências nas redes sociais.
Millei é o salvacionista que usa das correntes libertárias, a direita se apropria das bases do pensamento de esquerda e usam como ferramentas para espalhar a morte da democracia. Os celulares são os novos espelhinhos.
O que fazer se somos ilhas egocêntricas e sem empatia?
A nossa dor não gera solidariedade, o amor é uma ilusão.
Estamos sem água, sem reflexão e ação. Como diria o mestre Raul Seixas, “com a boca escancarada esperando a morte chegar”.

João Carlos Faria
20 de Novembro de 2023

1 Comentário

  1. Bravos, Joka Faria, você resumiu tudo em poucas palavras: estamos sem reflexão e ação.

    Abraço fraterno

    Gilberto

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