Um assunto puxa outro

 

Um assunto puxa outro

Nem só de más notícias vivem nossos jornais impressos. Recentemente, o caderno de economia do jornal O Estado de S. Paulo publicou uma matéria auspiciosa, informando que as usinas eólicas brasileiras já atraíram 300 bilhões de reais em investimentos. É uma fonte de energia limpa e renovável. E, deverão atrair mais 175 bilhões de reais até o final da década.
Um percentual de 15% da matriz energética brasileira compõe-se de geração eólica, por meio de 1003 parques distribuídos em 12 unidades federativas. Parece pouco, mas não é. Abastece cerca de 41 milhões de residências. A tendência é de expansão nos próximos anos, o que pode colocar nosso país como um dos protagonistas da transição energética. Seria uma contribuição valiosa na superação dos problemas climáticos.
O que é energia eólica? É aquela gerada pelo vento em usinas tecnicamente estruturadas para essa finalidade. Algumas regiões do Brasil são muito favorecidas porque nelas venta muito.
Mas, como um assunto puxa outro, pode-se perguntar qual a origem do vocábulo “eólico”. A palavra provém de Éolo, que na mitologia grega era o deus guardião dos ventos. Na “Odisseia”, de Homero, ele era o senhor da ilha Eólia. De Zeus recebera o poder de acalmar os ventos e de guardá-los em uma caixa, para orientar e ajudar os navegantes.
Odisseu, o herói grego do poema de Homero, esteve naquela ilha e foi presenteado com uma sacola de couro contendo todos os ventos. Na viagem de regresso, os ambiciosos marinheiros abriram a sacola imaginando que seu conteúdo fosse ouro. Varridos pelos fortes ventos, foram obrigados a voltar a Eólia, porém Zeus se recusou a ajudá-los.
E, como um assunto puxa outro, lembramos do vento como tema de muitas músicas populares brasileiras. Algumas foram compostas por Dorival Caymi, exaltando a vida e a coragem dos jangadeiros e pescadores nordestinos. Uma das mais belas é “O Vento”, de 1949:
“Vamos chamar o vento vamos chamar o vento vento que dá na vela vela que leva o barco barco que leva a gente gente que leva o peixe peixe que dá dinheiro, curimã”.
Vale a pena ouvir a música. Um assunto puxa outro.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 229 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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