Um sonho bizarro

 

Um sonho bizarro

 

Meu sono geralmente é tranquilo, mas tempos atrás aconteceu algo estranho. Sonhei que me encontrava  numa ilha encoberta por uma neblina densa, meio aquosa de tão úmida. As formas  que eu conseguia ver  eram meio difusas. Comecei a caminhar sem rumo. De repente notei algumas construções  parecendo pirâmides e perto delas algumas pessoas estranhas, de aspecto um tanto quanto rude e agressivo. A  neblina parecia nunca dissipar-se, compondo permanentemente a paisagem local.

Aproximei-me daqueles seres  que, aparentemente, não notavam minha presença. Andavam aos pulos e respiravam como se tivessem guelras, como os peixes. Pareciam gigantes , comparados com seres humanos.

Naquela semiescuridão dava para distinguir uma tênue claridade no meio do nevoeiro. Era o sol,  parecendo um ponto luminoso, como  uma lâmpada de um poste numa noite coberta de cerração.

Caminhei sem rumo e percebi que estava subindo numa colina. Andei muito, talvez algumas horas. À medida que subia,  a atmosfera ficava mais clara, até que cheguei ao topo da montanha. Para minha surpresa ali o sol brilhava com todo  esplendor e  o céu era de um azul maravilhoso.

Encontrei, no local, um homem  diferente daqueles que vi na planície. Era um ancião de olhos brilhantes  e sorriso bondoso. Suas feições eram mais delicadas  e parecia respirar como um ser humano qualquer. Falava uma língua desconhecida, mas conseguimos nos comunicar telepaticamente.

Perguntei-lhe que terra era aquela e quem eram seus habitantes. Ele me respondeu prontamente: – Esta ilha-continente chama-se Atlântida e nós, seus habitantes, somos os atlantes.

Percebendo minha disposição amistosa, passou a narrar a história de seu povo. Disse,  que a civilização atlante fora, outrora, muito avançada e seus habitantes viviam em harmonia. Conheciam uma energia da natureza  chamada vril, cujo uso pacífico foi um fator de grande progresso. Utilizavam-na como meio de locomoção,  e graças a ela conseguiam assentar imensos blocos de pedra na construção de pirâmides.

De repente, percebi-lhe uma tristeza nos  olhos e nas palavras. Confessou-me que aquela civilização estava em plena decadência. A maldade e a luxúria tomaram conta do coração da maioria dos atlantes. Praticavam a magia negra profanando a sacralidade dos templos, usando também a energia vril para propósitos maléficos.  Lembrou que  um dos profetas do passado já  anunciara que uma catástrofe destruiria aquela civilização. E, para minha surpresa o ancião afirmou que isso já estava ocorrendo. Aquela neblina espessa e úmida estava aos poucos  se liquefazendo e, só questão de tempo, inundaria as planícies. Em consequência, o continente ficaria submerso. Seria o fim da Atlântida.

Subitamente despertei de meu sono, um pouco assustado com o que acabara de sonhar. Que coisa mais estranha ! Lembrei-me , então,  de Platão ter mencionado a  Atlântida em dois de seus diálogos – Timeu e Crítias –  e que os rosacruzes, teosofistas , gnósticos e  outras antigas Tradições também afirmam ter existido aquele continente. Bastou para tranquilizar-me.

Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 190 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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