Ensaio poético numa manhã de Maio

Ensaio poético numa manhã de Maio

Para os amigos Edu Planchêz e Cataryna Cristal

 

Estava eu aguardando o horário do almoço para ir ao trabalho e começo uma linguagem poética para Edu Planchêz e Cataryna Cristal no messenger, no celular e assim saiu:

 

Joka Faria em um êxtase numa manhã antes de trabalhar
—- xxx –yyy- xxx — xxx — yyy — xyz —
O sol inesperadamente
Apagou e depois votou..Era meio dia..E a terra parou.
O que fariam sem o Sol?

Abóboras voadoras
Montadas por coelhos
Viajavam pelos céus
Ela atravessou o portal
e foi devorada por lagartos.

Era manhã de domingo
E o sol estava verde
E o dinheiro havia sido queimado
ao som de Monarcas,
música de Edu Planchêz
poeta do séc vinte e vinte um.

Afinal para quê dinheiro no séc vinte e cinco?

Todos dançavam nus diante de uma fogueira
Janis os encantava
mas Janis era Catarina Crystal
Edu cantava – Planchez
Rasgava cartas de Tarô e cantava.

Todos ensandecidos
Diego El Khouri pintava vermelhos
Era noite de lua cheia
O dinheiro estava rasgado
Cantava se o Índio
Caetano Veloso ao lado de Catarina Cristal
em duetos.

Raul Seixas
Jorge Mautner
Elis Regina
Em uma estranha dimensão
De repente Edu desperta no Copacabana Palace .. Era uma insólita manhã ..E o Céu era lilás
Davi Fernandes gritava: é o fim!

Tudo era um sonho – homens com asas
Tudo é uma ilusão
Será que realmente tu existe?
Cadê Alice? Todos se vestiam de Alice.

Edu Planchêz cantava
vista sua saia vermelha
e caia no vendaval dos tambores de fogo.
Os minutos passam
Vinícius de Moraes
Declamava poemas com Harley Campos e Edu Gair
Diego El Khouri
pintava o Cristo Redentor de Verde e Rosa
O Rio de Janeiro
já não se dividia entre o asfalto e o morro.

Tudo se desfez ao acordar de Catarina Cristal
Ensaios numa manhã antes do trabalho.

Joka Faria, Maio de 2022.

 

Abriu se portais
Seres disfarçados de crianças
Entraram em velocípedes enormes
Gigantes caem do céu
Cadê João cortador de pé de feijão?

Tudo em êxtase
Catarina e Edu
Dançavam e cantavam
em frente à Torre Eiffel.
Paris era uma festa
Diego pintava prédios
com cores inimagináveis.

Paulo Leminski
Conversava com Edu Gair
Nélio não era Nero de deus
Paris apoteótica
no surgimento de novas vanguardas
Todos escreviam poemas com letras douradas
Dailor Varela fazia críticas
diante da poesia em forma humana.

Beijos, diversão
Baco e suas bacantes
Harley Campos era Baco
Jorge Mautner gritava alucinado
uma nova humanidade
sem desumanos capitalista.

Um reino libertário
Todos cantavam Monarcas de Edu Planchêz
E queimavam dinheiro
Solfidone gritava
fazia versos
Solfidone cadê deus?

O céu de Paris se abria
E o véu se desfazia
Novas vanguardas
Nascia uma sociedade pós capitalista
E todos
Foram num cortejo
em busca de uma praia
Cadê Copacabana?

Joka Faria, maio de 2022

João Carlos Faria – ensaio poético 

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