Juana Cunha “do coração para o papel”

Há muita gente, inclusive profissionais da área do ensino, acreditando, infelizmente, que a escrita e a leitura são hábitos decadentes dentro das sociedades. Que, principalmente, os jovens leem e escrevem menos. Tais afirmações são, no mínimo, falaciosas. É inegável que as formas de se expressar se modificam, como também se modificam os veículos, mas os jovens seguem inspirados a compartilhar o que pensam e o que sentem com amigos, colegas e o grande público de formas diversas: postagens em redes sociais, encontros, exposições e ainda duma forma milenar: o livro. Como é o caso da jovem Juana Cunha autora da obra Te Contei? do coração para o papel, lançada em abril de 2016.

Juana Cunha, dezoito anos, estudante de ciências sociais na UFPI, vem resgatar o romantismo em tempos de guerra com seu primeiro livro Te Contei? do coração para o papel. A autora, de modo muito sincero, introduz a obra e sugere: “Leia este livro ouvindo: • Dia Clarear- Banda do Mar, • Janta- Marcelo Camelo, • Quando Bate Aquela Saudade- Rubel,  • Último Romance- Los Hermanos, • Declaração de Amor- Nando Reis, • Quinto Andar- Tiê, • Ai que Saudade D’ocê- Zeca Baleiro” dentre outras, o que aproxima, ainda mais, o leitor do universo da autora que se desvenda através dos textos, que são prosas poéticas, frases e poemas.

Nos conta Juana Cunha:

Eu desde de sempre gostei de ler e escrever, sobre várias coisas, os sentimentos sempre me instigaram de uma maneira maior, porém, eu escrevia textos aleatórios, sem conexão e guardava-os. Cheguei a começar a escrever um livro com uma história, com enredo, personagens e suas vidas, uns 15 capítulos para ser mais exata, porém, percebi que não era muito o que eu gostava de escrever, já não estava vivenciando as mesmas coisas, então parei.
Depois disso que comecei com os textos, sempre voltados para os sentimentos e a interação humana em geral, e há um ano atrás, meu pai me incentivou a unir todos os textos e publicar algo meu e foi isso que fiz. Em menos de um mês já estava procurando e até organizando o conteúdo.
Guardei meu salário do estágio por uns dois meses, meu pai me ajudou também e conforme ia expondo meu projeto, mais pessoas se prontificavam a me ajudar. Fui em uma gráfica, que me indicou um desing gráfico, logo o procurei e ele me auxiliou muito nessa parte que eu não sabia como funcionava. Fiz um primeiro contato com ele, que fez um orçamento. Cerca de um mês estava tudo pronto, fomos acertando e afinando todos os pequenos detalhes, ele me explicou algumas coisinhas técnicas e etc.
Já tinha o design do livro pronto, porém, além dos textos, quis encaixar algumas frases, que precisavam de algum tipo de ilustração. Falei com um amigo, que indicou uma amiga dele (nada como o boca a boca gente). Conversei e mandei as frases para ela, que foi super atenciosa e atendeu todos os meus pedidos.Desenhos prontos, design pronto, porém, faltava a capa. Meu pai tem um amigo, chamado Danilo Ferrara, ele é um artista e me ajudou/fez, a capa do meu livro. Ele foi o braço direito desse processo de criação, fez várias capas, até chegarmos em uma.
Juana Cunha e Danilo Ferrara, responsável pela arte da capa.
Bella Rodrigues, ilustradora e Juana Cunha

A você

Dedico essa crônica agora a você, a quem eu doei
boa parte das minhas lágrimas e dos meus sentimentos.
Um brinde a você, que foi por um longo tempo uma
pedra no meu sapato, da qual eu não queria me livrar.
A você que me fez chorar, sofrer, sorrir, amar e
aceitar.
Um brinde a você, que foi meu primeiro amor,
daqueles de filme de criança, sabe? Pois bem.
A você, que me fez aprender muito sobre
sentimentos, de como podem ser lindos e ao mesmo
tempo doloridos, e que agora reconheço o tanto que
aprendi com essas situações.
Um brinde a você, meu eterno primeiro amor,
obrigada.
A você!

Te contei? por Juana Cunha

A obra de Juana Cunha, põe o leitor em contato com seu eu mais sentimental e apaixonado, de modo a fazê-lo recordar antigas emoções e reviver lembranças como: a espera, o primeiro amor, a primeira grande decepção, a primeira grande perda… E é neste ínterim que a autora discorre suas narrativas. A obra transborda carinho e ternura, como se fosse um desabafo dum amigo íntimo (“Te contei?”), fazendo jus ao título e ao subtítulo: “do coração para o papel”.

12072017

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