Pássaro? Avião? Não! Superman

Pássaro? Avião? Não!
Superman

Por Jorge  Hata*

A mistura de depressão econômica e a tensão pré-Segunda Guerra era um fardo pesado demais para um homem comum. Mas, não para o Super Homem, personagem que apareceu pela primeira vez na capa do gibi “Action Comics” em 1.938. Superman era um defensor da democracia e do american way of life e baluarte da luta contra o nazi-fascismo – Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, chegou a chama-lo de Judeu, em provável referência a seus criadores, Jerry Siegel e Joseph Schuster, de origem judaica. O roteirista Siegel e o desenhista Schuster eram colegas de ginásio, em 1.933, quando criaram o personagem. Tentaram vende-lo para alguns dos sindicatos – que comercializam histórias em quadrinhos – a princípio sem sucesso. Ao contrário do super-herói, os sindicatos não enxergavam longe, nem seus criadores. Só 4 décadas depois, pobres e doentes, conseguiram uma pensão anual da Warner. O sucesso veio mais veloz que uma bala e mais poderoso que uma locomotiva. O personagem ganhou revista própria e passou a ser editado em vários países (no Brasil, em 1.939, era publicado pela “Gazeta Juvenil ” e pelo “Globo Juvenil “, com o nome de Homem de Aço). Na época, ainda não podia voar, mas era superforte e dava saltos entre os arranha-céus de Metrópolis. Com o tempo adquiriu superaudição, visão telescópica e penetrante,  super-olfato, super hipnotismo, superinteligência, supersopro e a capacidade de voar à velocidade da luz. Era de outro mundo, de Krypton, de onde seus pais o enviaram para a Terra, antes de o planeta explodir. Aqui se disfarçou como Clark Kent (no Brasil, durante algum tempo, Edu Kent ), jornalista atrapalhado do “Planeta Diário”, que não conseguia despertar a paixão que Lois (no Brasil, até 1.987, Miriam ) Lane, sua colega nutria pelo super herói. O Super Homem criou um império. Suas tiras chegaram a ser publicadas em 400 jornais simultaneamente. Ganhou filhotes como, Supermoça, Superboy, Supermulher e a Legião dos Super Heróis.

 

Estrelou desenhos animados, seriados de TV, musical (fracassado) da Broadway e filmes de longa metragem. Em 4 deles foi vivido por Christopher Reeve, ator de queixo quadrado, até então obscuro, que chegou a assinar contrato para seis filmes, antes que uma queda de cavalo o deixasse tetraplégico. Mais humano do que parece, o super herói também passou por períodos de depressão. Nos anos 80, depois de uma queda nas vendas, os executivos da Warner decidiram reformulá-lo, deixando-o mais homem e menos super.

 

 

Jorge Hata*  HISTORIADOR E COLUNISTA na HATA QUADRINHOS

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