Que tal fazer cinema?

Que tal fazer cinema?

 

O cinema é uma ilusão que ainda não realizamos, imagine um filme que retrate a cena cultural e política dos anos 80, 90, geração que está aí até hoje com inúmeras histórias, provocações, frustrações. Retratar bastidores, Criar histórias de personagens reais que parecem saídas do realismo mágico.
Sábado 24-09 foi catártico no Bola de Meia. Quantos personagens ali com suas histórias. E não fazemos ao menos um roteiro, no estilo do Incrível Exército de Brancaleone. Eu consumo filmes e séries em demasia, ainda não consegui fazer uma oficina de roteiro, mas somos um coletivo de artistas. Uma comuna como uma amiga me fala. São José é insano, uma maioria da população conservadora até o último pecado, que atira pedras; e uma pequena e coesa parte da comunidade, ao longo de anos, reagindo. E boa parte estava no Bola de Meia.
O que nos impede de fazer filmes, se temos uma cena teatral bem articulada? Uma miríade de poetas, escritores, inumeráveis músicos, artistas plásticos, grupos de danças e espaços de artes surgindo nas periferias. Gente com pique de produtor que não é meu caso. Cinema sim, me justifiquem por que não? Com inúmeras câmeras digitais, youtube.
Tivemos o Ethos nos anos 90. Estou por fora da cena atual de produção audiovisual, mas na tradicional cena que faço parte desde os anos 90, falta esta iniciativa. Temos uma periferia incrível – O Banhado e sua luta, os loteamentos irregulares, a desocupação do Pinheirinho, idas e vindas da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, etc
Como começar um roteiro? Alguém uma vez me descreveu uma cena de cinema nas escadarias da antiga Câmara Municipal, no centro da cidade. Quantos confrontos ali podiam surgir? Meu canal do youtube surgiu em 31 de outubro de 2006 quando comprei minha velha Sony…Mas até hoje foram inúmeras e fracassadas tentativas. Mas nunca desistimos.
Vamos seguir revigorados pela Flim, Bola de Meia, Fórum de Cultura, Coletivo Tribo Invisível.
Como diria Beth Brait sempre pelas brechas.

Joka Faria

Primavera de 2022

3 Comentários

  1. Joka, como eu amo seu desejo infinito e desenfreado por qualquer traço de criação, transformação, transgressão artística e cultural. Sua grande obra de arte é ser você, do jeito que você é, um incansável visionário, um ser que se alimenta do amor pela ação cultural no sentido lato que o Teixeira Coelho tão bem formulou. Que ser humano é você! ?

  2. Sem palavras, estou sem palavras.
    Beth Brait Alvim.
    Sem palavras, estou sem palavras.

    Imensamente comovido com suas palavras.

  3. Joka, você pergunta: Como começar um roteiro? E Beth Brait Alvim indaga: que ser humano é você? Responder não cabe, mas… apenas imagina:

    Sequência – Externa Dia/manhâ – Viaduto
    (Joka, numa manhã fria, agoniado, está em cima de um viaduto, olhando para baixo. O aviso de mensagem em seu celular o desperta. Túlio ver e ouve a mensagem de vídeo que a Beth Brait mandou pra ele).
    BETH BRAIT ALVIM
    Joka, como eu amo seu desejo infinito e desenfreado por qualquer traço de criação, transformação, transgressão artística e cultural. Sua grande obra de arte é ser você, do jeito que você é, um incansável visionário, um ser que se alimenta do amor pela ação cultural no sentido lato que o Teixeira Coelho tão bem formulou. Que ser humano é você! ?

    JOKA
    Sem palavras, estou sem palavras. Beth Brait Alvim. Sem palavras, estou sem palavras. Imensamente comovido com suas palavras.
    (A imagem enigmática de Joka reflete no visor do celular, Fade In).

    Meu caro Joka, para esta cena fazer sentido, a próxima, como dizia Luis Buñuel, tem que justificar a anterior. Me permita metaforicamente parodiar Glauber Rocha: Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão, não faz um filme, mas pode ser o início de um. Se articule aí com o Entrementes, envolva outros parceiros, convide os interessados e vamos fazer uma oficina, cujo objetivo é criar coletivamente um roteiro de um filme, capaz de contar uma história a partir da história de cada participante da oficina. Me disponho a mediar o grupo.

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